O jovem americano acertou para estrear na Fórmula Indy para ser o seguno piloto da Dale Coyne Racing, mas o que esperar de Malukas e da sua temporada de estreia?
O último piloto a ser confirmado em fazer a temporada completa da Fórmula Indy em 2022 é o piloto do #18 da Dale Coyne, e é o americano David Malukas. O acerto também inclui a substituição da parceria com a Vasser-Sullivan, que vinha sinalizando a meses que sairia da parceria, para a entrada da HMD Motorsports.
Mas o que esperar do #18 com novo piloto e nova parceria? Primeiro vou fazer um grande resumo da carreira dele, se não quiser ver, pule quatro parágrafos.
Primeiro vamos esclarecer quem é Davis Malukas. Ele é um americano com descendência lituana começou a carreira nos monopostos aos 16 anos correndo na ADAC F-4 (a F-4 alemã da época) mas logo migrou para os Estados Unidos no meio de 2017 correndo meia temporada da USF2000 na BN Racing. Ele não foi mal, conseguindo um pódio e quatro Top 10 em onze corridas, o que não é ruim para uma equipe pequena/méia como a BN na época.
Então subiu para a Pro Mazda no ano seguinte (na época a Indy Pro 2000 se chamava Pro Mazda) estreando junto com a BN novamente, que entrava pela primeira vez na categoria. Ele foi muito bem e conseguiu três vitórias, duas em Road America e na corrida final da temporada em Portland; mas se mostrou um piloto consideravelmente inconstante tendo cinco abandonos na temporada e, estando numa equipe etreante e pequena como a BN na época, em algumas pistas ele ia bem brigando pela vitória e em outras ele caía para o pelotão intermediário (o mais intermediário possível num grid com onze carros) e terminou o ano em quarto.
Com bons resultados ele sbuiu para a Indy Lights carregando novamente a BN Racing em 2019 que, no meio do ano, se tornou a HMD Motorsports que a gente vai falar mais no texto mais pra frente. Ele fez duas temporadas na principal categoria de acesso à Fórmula Indy pela mesma equipe, onde no primeiro ano ele não foi tão bem assim, conseguindo três pódios mas ficando constantemente na parte de trás do grid e terminando o ano em sexto no campeonato (que tinha oito pilotos disputando a temporada completa) e sendo deixado pra trás pelo seu companheiro de equipe Toby Sowery, que conquistou uma vitória e terminou o ano no terceiro lugar.
Em 2020 não teve Lights e ele correu na F-Regional Americas, conquistando o vice-campeonato e ganhando as duas únicas provas da temporada que não foram vencidas por Linus Lundqvist. Voltou pra Lights com mais confiança e experiência e, mesmo tendo Toby Sowery e Linus Lundqvist como companheiros de equipes na HMD, brigou pelo título a temporada toda com Kyle Kirkwood e acabou amargando o vice-campeonato, com sete vitórias e um bilhão de pódios.
Com isso a gente consegue ver duas grandes características de Malukas: ele, apesar de não ter conquistado nenhum título na carreira, vem de dois vices campeonatos e mostrou grandes resultados subindo junto com a HMD no Road to Indy, e certamente tem desempenho e velocidade para estar na Indy. Os seus resultados são um pouco inconstantes, o que não é necessariamente algo tão relevante assim quando se está no segundo carro da Dale Coyne onde, pelas desvantagens estruturais, muitas vezes compensa andar excepcionalmente bem uma prova ou outra do que necessariamente ter resultados constantes para brigar por campeonato.
E um segundo ponto bem importante para a carreira dele é que David Malukas parece não gostar tanto de ficar parado em um lugar por muito tempo. Em sua carreira até a Indy ele literalmente não fez mais de uma temporada seguida em uma categoria, subindo extraordinariamente rapido no Road to Indy e conseguindo subir muito na Lights até o vice-campeonato. Isso acontece porque Malukas parece se desenvolver muito rápido sua pilotagem, como evidenciado pela sua diferença de resultados entre a sua primeira temporada na Lights em 2019, e sua segunda temporada em 2021.
Isso é bom para Malukas que não se contenta em ficar no mesmo lugar e foca sempre em subir até seu objetivo final, que é uma boa equipe na Indy pra lhe dar condições de vitórias e títulos. Essa temporada na Coyne parece ser algo bem passageiro, onde o destino final de Malukas, ses tudo der certo, é a ponta da categoria.
E essa sanha em subir rápido só dá certo se você tem uma boa base para te apoiar nessas subidas, e David tem a HMD Motorsports o apoiando. HMD é sigla para Henry Malukas e Daiva, onde Henry é o pai e Daiva é a mãe de David Malukas, onde a família Malukas é dona da HMD Trucking, empresa de médio porte na área de transportes. Então sim, a HMD Motorsports é meio que uma forma de pai (e mãe) trocínio, um apoio financeiro da família para sua carreira.
No entanto, ao contrário de Dalton Kellett, o apoio é mais do que financeiro. Isso porque a HMD Motorsports começou bem pequena quando Malukas comprou a maioria da equipe BN Racing e mudou o nome, com Bryan Nuttal, o outro sócio que era majoritário na BN (por causa das iniciais dele estavam no nome da equipe) e virou minoritário na HMD. Mas a equipe expandiu bastante e onde apenas cabia dois carros da Pro Mazda hoje tem apoio para quatro carros da Indy Lights e agora com parceria operacional para a Dale Coyne.
A HMD talvez tenha começado com a ideia de simplesmente apoiar David para subir em sua carreira até a Indy, mas hoje é uma equipe respeitada na Lights e promete brigar pelo título novamente ano que vem na maior categoria de acesso à Indy, algo similar a Carlin até o momento.
Assim sendo, na minha opinião vamos ouvir muito falar de David Malukas e HMD Motorsports na Indy. David vem com muita vontade de subir e investir na Indy, com o foco não sendo a fórmula 1 em muitos anos. E a HMD, além de fornecer um bom apoio para David nessa empreitada, tem bastante vontade de crescer e, quem sabe com as mudanças nas temporadas seguintes da Indy, pode aparecer sozinha na categoria como uma das futuras equipes.
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