O heptacampeão da NASCAR fará no ano que vem a temporada completa da Indy pela Chip Ganassi, correndo pela primeira vez nos ovais. Isso e a experiência mudarão os resultados complicados que vimos esse ano?


Foi anunciado essa semana que Jimmie Johnson fará a temporada completa da Fórmula Indy no ano que vem, guiando o quarto carro da Chip Ganassi, o #48.


Esse será o segundo ano de Johnson na Fórmula Indy, entrando no ano passado na Chip Ganassi após quase vinte anos correndo na NASCAR. Sair a NASCAR para a Indy é um salto gigantesco, ainda mais para um senhor de 45 anos que praticamente não andou em Open Wheel em sua carreira toda.


Assim, apesar do preparo longo iniciado em julho do ano retrasado até o início da temporada passada, em abril, e de estar na CHip Ganassi, uma das Top 3 equipes da categoria, Johnson não foi bem. Os resultados foram os piores de um piloto da Ganassi que fez mais de cinco provas em toa sua história (sim, pior que Kimball, Chilton, Nicolas Minassian e Memo Gidley), onde seu melhor resultado em doze provas foi dois 17º lugares nas duas últimas provas do ano.


Uma ou outra pessoa vai argumentar que houve uma melhora no fim da temporada. No decorrer de 2021, Johnson basicamente brigava pelo último lugar com Kellett (mas o canadense constantemente ficava a frente) e, quando largavam, Chilton e Cody Ware. Mas, a partir de Indy GP 2, Johnson teve seus melhores resultados, terminando em 19º em Indy GP 2 (de 26 carros que completaram a prova), 20º em Portland (de 23 que completaram), e 17º em Laguna Seca (de 26) e 17º de novo em Long Beach (de 23). 


Mas esses resultados são ilusórios. Em Indy ele teve a vantagem da bandeira amarela beneficiá-lo, o que o fez ficar a frente de seis carros. Em Portland ele foi o último na volta do líder, sendo que os carros que levaram volta nessa prova se envolveram em acidentes. Em Portland e Long Beach a estratégia dele foi a melhor do que a estratégia suicida de duas paradas, o que o fez ficar a frente de sete e três carros, respectivamente.


Assim, Jimmie Johnson teve uma melhora sensível durante a temporada, a ponto de estratégias lhe darem alguma vantagem sobre outros pilotos quando ela dá certo, antigamente ele ficava tão pra trás que nem com estratégia ele saía dos últimos lugares. Mas essa melhora não é tão significativa assim quanto muitos pensam, é apenas uma melhora sensível, ele ainda fica como o pior do grid em 2021.


No entanto, no ano que vem JJ tem mais momento para mostrar um trabalho melhor. JJ, ao contrário do que a temporada desse ano mostrou, é um ótimo piloto, e está em uma ótima equipe que é a Chip Ganassi. Apesar dos resultados ruins, JJ ganhou quilometragem e experiência em todas as pistas da temporada da Fórmula Indy. Também houve um bocado de treinos principalmente em ovais, o que o dão bastante momento para melhorar seus resultados.


É difícil afirmar com certeza onde essa melhora levará o piloto mas é difícil crer que isso o levará muito mais a frente no pelotão. Apesar de mais experiência e o bom material que lhe dá apoio, ele tem uma certa idade (ele terá 46 anos no início da temporada que vem) e é mais difícil para macaco velho aprender truques novos. 


Além disso, tem agora os ovais, onde JJ estreará esse ano na Indy. Ele tem muita experiência em ovais pela NASCAR e, apesar da dinâmica de uma corria da Indy em oval ser bastante diferente de uma corria típica da NASCAR onde o pack racing e o jogo de vácuo é bem mais forte, algumas provas específicas da categoria tem uma dinâmica semelhante a da Indy, apenas com uma velocidade consideravelmente menor. Muitos pilotos que vem da NASCAR tem desempenho razoável em ovais e até Santino Ferrucci, que fez algumas corridas em oval na NASCAR Xfinity antes da Indy 500 disse que isso ajudou um bocado nas 500 milhas de Indianápolis desse ano.


As provas em ovais adicionam um ponto de incerteza a mais no 2022 de Johnson. Ele tinha muito receio dos circuitos que viram só à esquerda e correu apenas em mistos mas, desde as 500 milhas de Indianápolis desse ano JJ vem se voltando cada vez mais aos ovais, como expliquei um bocado aqui nesse texto


Por esse motivo, correr de Indy nos ovais é o principal foco de atenção da temporada do ano que vem de Johnson. Todos estão ansiosos de ver o desempenho do heptacampeão da NASCAR nos ovais da Indy, bem como Johnson tem um pouco mais de pressão pois ele é especialista nesse tipo de circuito e haverá muito treino até o primeiro oval do ano, as 500 milhas de Indianápolis, assim tem uma menor chance do desempenho bem ruim como visto nos circuitos mistos esse ano acontecerá em menor grau. Se ele for mal, ainda tem o ponto da falta de costume dele na Indy em oval e da dinâmica ser bem diferente da NASCAR, mas o lastro é bem menor que o dos mistos.


E assim vai ser o 2022 de Johnson. Se no ano passado não havia muita pressão sobre o piloto pela expectativa de se desempenho ser muito baixa, no ano que vem será bem diferente. Há a expectativa sobre seu desempenho em ovais, bem como já ser o segundo ano na Fórmula Indy na Ganassi e se espera algo mais de JJ nessa vaga.

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