O campeão da Indy Lights desse ano acertou para correr no carro principal da equipe de AJ e Larry Foyt na temporada do ano que vem.


Foi anunciado anteontem que o carro #14 da AJ Foyt Racing, que nos últimos anos vem servindo como principal carro para a equipe, será ocupado pelo americano Kyle Kirkwood.


O piloto de 23 anos tem um corrículo invejável nas categorias de base, sendo campeão da F4 USA em 2017, da USF2000 e da F3 Americas em 2018, da Indy Pro 2000 em 2019 e da Indy Lights nesse ano. Ele sendo um piloto da Andretti Autosport na Indy Lights, testou pela categoria em algumas sessões nessa pré-temporada, mas acabou sendo preterido por Delvin de Francesco no carro #29 da equipe de Michael Andretti pelos motivos que explico aqui.


Kirkwood vem para substituir o francês Sebastien Bourdais, que irá focar sua carreira no IMSA e nas corridas de endurance, focando fazer algumas corridas nas 500 milhas de Indianápolis, similar com o que aconteceu no ano passado, quando ele fez a temporada completa do IMSa mas voltou para as três últimas provas daquele ano.


Substituir Bourdais na Foyt não é uma tarefa fácil, pois a maioria dos bons resultados e dos pontos da equipe foram conquistados por ele no último ano. O carro #14 geralmente é onde a equipe concentra seus recursos e, nos últimos anos, foi ocupado tanto por bourdais quanto por Tony Kanaan (2018-19). Kanaan conseguiu um pódio em 2019, enquanto Bourdais conseguiu três Top 5 entre as três provas de 2020 e a temporada desse ano.


Assim, mesmo com a AJ Foyt Racing não tendo uma vitória na Indy desde 2013 com Takuma Sato e a equipe cada vez mais se consolidando como a pior equipe regular da categoria, existem desafios e uma certa expectativa do que Kirkwood vai fazer nesse novo desafio.


Mesmo assim, ainda fica para mim, por exemplo, que acompanho o Road to Indy mais de perto, ver um piloto com o currículo dele entrar meio que "pela porta dos fundos" da Indy. Isso porque a AJ Foyt talvez não seja a vaga mais propícia para um piloto como Kirkwood


Não dizendo que a equipe é terrível a esse ponto pois, apesar de ser ruim, a Foyt tem boa estrutura e carros decentes para correr. O ponto é que Kirkwood não possui grande aporte financeiro para o orçamento da equipe, fazendo com que seu desenvolvimento tenha de ser mais rápido que o normal, antes que o pouco dinheiro pessoal em conjunto com o prêmio da Lights acabe. 


A Foyt é um ótimo lugar para desenvolvimento de pilotos como Dalton Kellett, que tem um bom aporte financeiro para se manter por mais de uma temporada; ou para pilotos que são mais experientes pois a equipe dá bastante opção e liberdade de trabalho. Mas para o caso de Kirkwood a equipe não se encaixa.


Os desafios começaram bem cedo para Kirkwood o que, sim, pode dar bem errado. No entanto, caso ele consiga se sobressair, pode ter um futuro bem impressionante pela frente. O grande exemplo disso é Josef Newgarden, que foi campeão da Indy Lights em 2011 e teve que estrear na nanica Sarah Fisher Hartman Racing em 2012 em situação bem similar a Kirkwood. Newgarden conseguiu florescer e evoluir em sua carreira até chegar na hora certa com o currículo e desempenho necessário para entrar na Penske e se tornar campeão da Indy.


Isso porque, mesmo em condições difíceis, carreira podem florescer bem e virar grandes campeões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário