Um problema inusitado chamou a atenção nas 500 Milhas de Indianápolis, onde os tão pouco usados freios deram problemas durante as entradas dos pilotos nos boxes. Entenda:
Uma das principais questões das 500 Milhas de Indianápolis de 2021 foi, além da quarta vitória de Helio Castroneves, as bandeiras amarelas causadas por incidentes no pitlane, principalmente de batidas e de excesso de velocidade. E o que se passou na cabeça de quem assistiu a corrida foi: o que diabos está acontecendo? O que se passa com os freios dos carros da IndyCar?
Stefan Wilson, Simona de Silvestro e Will Power foram alguns dos que sofreram com as frenagens bruscas que os tiraram do prumo na área dos pits no último domingo. Ryan Hunter-Reay não perdeu o controle, mas gastou boa parte dos seus Firestone em uma das paradas.
Para o jornalista Marshall Pruett, da Racer, a resposta está longe de ser definitiva. Ele destaca que, antigamente, cada time colocava a distância entre a “pastilha” e o disco de freio da maneira que fosse mais adequada, evitando atritos desnecessários entre as peças e, assim, diminuindo a perda de velocidade. Hoje, os freios da categoria são um só, da PFC. Por isso, as configurações de freio customizadas por cada equipe não são mais permitidas.
Entretanto, há possibilidades de configuração dentro das características spec, o que muitas equipes tentaram explorar. Tudo para tentar minimizar ao máximo a distância entre a pastilha e o disco. Uns tentaram espaços menores, contando com um tempo de desaceleração maior; outros, já deixaram mais próximos.
E aí entra outro fator: a força com que você aperta o pedal de freio e a quantidade de fluido de freio presente no momento. Os pilotos costumam dar bombeadas no pedal para levar o fluido ao sistema de freio e, assim, os mecanismos fluírem mais suavemente. Porém, quando há uma maior movimentação do sistema, há uma maior necessidade do fluido estar já presente, e isso precisou estar na cabeça dos pilotos na hora de frear – o que, por exemplo, não aconteceu com Wilson.
A matéria da Racer cita que, em uma entrevista na NBC, ele percebeu que os freios não estavam funcionando nas curvas de Indianápolis e, no desespero, ele pisou com tudo e, aí sim, deu certo – mas fez com que as rodas travassem e ele batesse no pitwall. E o detalhe é que nem todas as quatro rodas frearam ao mesmo tempo, fato que também aconteceu com Hunter-Reay e Scott McLaughlin.
Por fim, Pruett cita que, talvez, as mudanças podem ter sido feitas propositalmente ou não, mas que não se surpreende se, no futuro, a INDYCAR limitar as questões de freio para evitar esses incidentes.
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