Depois de tirar um ano sábatico em 2020 com a pandemia mundial, a categoria voltará as atividades nesse ano, e com bastante novidades no grid da categoria para essa temporada.

A equipe campeã em 2014 acabou declarando falência.

A Indy Lights, principal categoria de acesso à Fórmula Indy, estará de volta dia 18 de abril em Barber para o início da sua temporada 2021, depois de ficar sem corridas desde a final da temporada 2019, realizada em Setembro. Essa longa pausa foi devido a pandemia mundial que atingiu a categoria com força e inviabilizou a realização do campeonato em 2020, mas também fez suas vítimas ao decorrer desta.

Isso porque, a crise econômica em consequência da pandemia vitimou uma das poucas equipes do grid. A Belardi Auto Racing fechou as portas ainda no fim do ano passado, onde Brian Belardi anunciou que estava deixando o ramo dos carros de corrida em decorrência da crise financeira. A equipe alvirrubra, apesar de ser quase sempre uma equipe de meio de grid na categoria, era bastante conhecida no meio.

Ao longo das nove temporadas disputadas na Indy Lights, a Belardi teve como seu ponto alto Gabby Chaves conseguindo o título de pilotos da categoria em 2014 tendo o maior número de segundos lugares após empatar em pontos e em número de vitórias com Jack Harvey; além da vitória de Peter Dempsey na Freedom 100 (a prova mais conhecida da categoria) de 2013 após uma chegada com quatro carros lado a lado. Além de Chaves, pela equipe também passaram os pilotos Félix Rosenqvist (que obteve suas primeiras vitórias no mundo da Indy guiando pela equipe) e Zach Veach, além de participar das 500 milhas de Indianápolis de 2018 até esse ano com James Davison.

Mas, nem tudo são tristezas. todo o espólio da Belardi foi comprado pela HMD Motorsports (que já havia comprado em anos anteriores a estrutura da 8 Star Motorsports e parte da estrutura da Team Pelfrey) para fundar uma nova associação com uma equipe estreante na categoria, a Global Racing Group. A GRG, como é mais conhecida, é mais famosa nas categorias da SCCA, uma sanção menor de corridas dos EUA sendo que as suas categorias principais são a F-4 USA e a F-Regional Americas (anteriormente conhecida como F-3 Americas mas a partir da metade do ano passado todas as categorias de F-3 não podem ser chamadas de F-3 porque a FIA fundou uma categoria de F-3 e deu a exclusividade de nome pra ela).

A Global Racing Group entrou na Indy Lights.

A Global vivia sua vida pacata e tranquila correndo na SCCA até que, no fim d e2019, foi anunciado que o campeão da então F-3 Americas de 2020 ganharia como prêmio um patrocínio completo para correr na Indy Lights de 2021. Isso fez com que, subitamente, muita gente ficasse interessado de correr na F-Regional ex-F-3 e principalmente na GRG, que era a equipe mais forte da categoria e assinou com grandes nomes, incluindo aí Linus Lundqvist, sueco de 21 anos que foi campeão da F-3 Britânica de 2018 e um dos principais nomes da EuroFormula Open. Mesmo com um grid consideravelmente mais forte do que os quatro ou seis carros que costumeiramente alinhavam na categoria, Lundqvist e a GRG foram campeões com 15 vitórias em 17 corridas.

O sueco conseguiu a vaga na Indy Lights como prêmio e queria arrastar a GRG junto com ele para a categoria já que ele não conhece mais ninguém no certame americano, então a Global entrou em parceria com a HMD e alinhará doios carros no grid da Lights. O segundo piloto da equipe será o americano de ascendência dinamarquesa Benjamin Pedersen, ele também tem 21 anos e desde que subiu do kartismo para os monopostos, em 2016, correu pela Global Racing Group tanto na F-4 USA quanto na F-3 Americas (onde foi vice em 2019 e terceiro colocado em 2018) e corria também na F-3 Britânica sem muito sucesso. São dois nomes muito interessantes para a categoria de jovens que mostram ter potencial para brilhar na principal categoria de acesso à Fórmula Indy.

David Malukas continua na HMD e é um dos favoritos.

Mas a HMD não é formada só pela parceria com a GRG. A equipe possui dois carros e que, na última temporada, vinha incomodando cada vez mais os ponteiros da Lights. Nesse ano a equipe alinhará dois carros e renovou ainda em meados do ano passado com David Malukas. O americano de 19 anos corre pela HMD desde a fundação da equipe em 2017, quando a equipe se chamava BN Racing, e veio subindo com ela tanto da USF2000 para a Pro Mazda (atual Indy Pro 2000) quanto desta para a Indy Lights no ano passado. Malukas é um piloto bastante rápido mas que, costumeiramente, se envolve em acidentes e batidas, o que sempre atrapalhou muito a vida e os campeonatos dele; para resolver isso ele também correu na F-Regional Americas e, mesmo sem experiência no campeonato e correndo pela HMD que estreava na categoria, ele se sagrou vice-campeão, atrás apenas de Lundqvist. 

Além dele tivemos hoje a contratação de Nikita Lastochkin para corre na HMD. O russo de 30 (!!) anos fará sua estreia na Indy Lights, era para ele ter estreando no ano passado pela Exclusive Autosport mas não só não teve Lights no ano passado como a equipe canadense desistiu de alinhar um carro na categoria em 2021. Ele começou bem tarde no automobilismo d emonopostos, estreando na F-Ford 1600 em 2014, aos 23 anos. Depois dessa temporada na F-Ford, migrou para o Road to Indy correndo duas temporadas na USF2000 e três na Pro Mazda/Indy Pro 2000. Ele é um piloto bastante regular, abandonando poucas provas e sempre conseguindo resultados regulares, mas é apenas um piloto razoável de meio de gird e que passou quase 80 corridas no grid com apenas dois pódios e sem nenuma vitória.

A HMD vem cada vez mais tentando alçar voos maiores e, com um trio de pilotos realmente talentosos, pode se consolidar frente as equipes principais como a Andretti Autosport.

E por falar em Andretti, a principal equipe da Lights vem, como costumeiramente faz, com quatro carros, e com praticamente os mesmos pilotos previstos para correr pela equipe no ano passado. São eles: Robert Megennis, que foi quinto colocado na Indy Lights de 2019 e conseguindo uma vitória em sua temporada de estreia na categoria em Indianápolis Misto 1; Kyle Kirkwood, que foi campeão da Indy Pro 2000 de 2019, da USF2000 e da F-3 Americas de 2018 e da F-4 USA de 2017 e vai estrear na Lights esse ano; e Danial Frost, que foi terceiro colocado na Indy Pro 2000 do ano retrasado e subiria para a Lights ano passado.

Kyle Kirkwood ainda está invicto nos monopostos americanos. Será que ele se mantém nessa temporada da Lights?

A principal novidade fica por conta de Delvin de Francesco. O canadense de 21 anos fez toda sua carreira no automobilismo europeu, chegando a correr duas temporadas da Fórmula 3 (aquela que agora é a única que pode ser Fórmula 3) mas acabou encontrando dificuldades de subir ainda mais e chegar a Fórmula 1. Então, Delvin decidiu voltar aos EUA e, com o apoio de seu amigo George Steinbrenner (Delvin, George e Colton Herta são muito amigos) e ele voltou para o mundo da Indy. A ideia inicial era voltar à Indy Lights no ano passado, mas como não teve Lights, ele correu pela Andretti Autosport na Indy Pro 2000. Foi muito bem e disputou o campeonato prova a prova com Sting Ray Robb mas acabou ficando apenas com o vice-campeonato. Delvin pegou gosto e agora, também na Andretti e com o apoio dos Steinbrenner, sobe à Indy Lights.

A Andretti Autosport é sempre favorita ao título e é um lugar onde aqueles pilotos que nunca tiveram muitas oportunidades de mostrar trabalho conseguem seu lugar ao sol. No entanto, o grande favorito ao título mesmo sendo estreante é Kirkwood, pois o americano conquistou o título por cada categoria onde passou e promete muito repetir o bom resultado na Lights com a Andretti. Megennis corre por fora por ser um dos poucos que não é novato na categoria, enquanto de Francesco e Frost ainda tem um bocado a provar.

Lutando também pelo título temos a Juncos Racing, que semi-faliu seu projeto da Indy Lights anunciando que não correria no ano passado, mas uma junção de dois fatores fez a equipe ressuscitar na categoria e voltar a alinhar dois carros. O primeiro é que não teve Indy Lights no ano passado e isso ajudou muito a equipe, que teve oportunidade de se reestruturar e buscar novas fontes de apoio financeiro para manter seu programa na Lights funcionando; e o segundo é que um dos seus pilotos na Indy Pro 2000 do ano passado, Sting Ray Robb, foi campeão da categoria, conseguindo o patrocínio suficiente para correr na Lights como prêmio. além disso, a equipe conseguiu um segundo piloto que bancaria o segundoc arro da equipe, o inglês Toby Sowery e assim a Juncos Racing teve condições de se reerguer e disputar a temporada 2021 da Indy Lights.

Sting Ray Robb ressuscitou a Juncos.

Sting Ray Robb é a água que tanto bate até que fura. Após estrear na Pro Mazda em 2017, correndo quatro temporadas e mais de sessenta corridas na categoria, ele se sagrou campeão da atual Indy Pro 2000 no ano passado, conseguindo o passe para subir à Lights. Ele é um piloto que não demonstra ser tão rápido quanto a maioria dos citados aqui nesse texto, mas ele é o senhor regularidade terminando praticamente todas as provas que corre (e estando quase sempre entre os cinco primeiros) isso pode ser um trunfo ao seu favor, além de ter um razoável aporte financeiro para permanecer váris anos na categoria até conseguir algo na Indy, similar a Kyle Kaiser e Dalton Kellett.

Toby Sowery é um dos três pilotos que são experientes na categoria. O inglês de 24 (!!) anos fará seu segundo ano na categoria após conseguir o terceiro lugar no campeonato em 2019, ficando atrás apenas de Oliver Askew e Rinus VeeKay, além de conseguir sua primeira vitória no Road to Indy em Portland 1. Ele é um bom piloto, mostrando bastante regularidade e desempenho e, com ajuda da experiência de 2019 pode sim brigar pelo título. O principal ponto é saber se a Juncos Racing ainda apresenta o bom desempenho que levou Spencer Pigot e Kyle Kaiser aos seus títulos e dar algum fôlego para Sowery brigar mais a frente.

E por último também temos uma equipe que desfaliu, a Carlin. A equipe inglesa não correu na temporada 2019 e nem ameaçou correr no ano passado, tentando focar apenas na Indy e também por nao ter muitos pilotos de sua parte europeia interessados em correr na Indy Lights. Mas esse ano teve, e seu nome é Alex Peroni. O "australiano" (ele nasceu na Tasmânia, e a Tasmânia fazer parte da Austrália depende muito de seu posicionamento político) de 21 anos também veio para a Indy depois de fazer uma carreira na Europa mas, após duas temporadas correndo na Fórmula 3, não viu muita saída e mudou de ares vindo para os EUA.

Geralmente, quem faz esse caminho opta pela Carlin, pois ela é uma velha conhecida por lá e que tem uma estrutura para correr o Road to Indy, o que a faz uma boa porta de entrada para quem tem algum dinheiro no bolso, o que é o caso do Peroni. No entanto, tanto ele quanto a equipe nessa volta são uma incógnita e, muito dificilmente brigará pela ponta.

A briga pelo título parece mais acirrada entre Kirkwood e Lundqvist, com Megennis, Malukas e Sowery brigando mais por fora. A lógica diz que esse deve ser o resultado, mas a gente sabe que isso tudo é corrida e, muitas vezes, a lógica não se aplica.

2 comentários:

  1. tenho uma Pergunta, a Indy Vai Passar esse ano de 2021 No Band/BandSports?

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    1. Diz a lenda que sim pois o contrato da Band com a Indy assinado no ano passado era válido por dois anos, mas a própria emissora nada confirmou até agora.

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