Quando Gil de Ferran foi perguntado se ele viu algum crossover tão épico que trouxe tamanha mídia de um profissional que simplesmente decidiu se aventurar para estes lados do atlântico, quanto o que Fernando Alonso fez há dois anos, ele teve de parar pra pensar. 


"Estou buscando no meu banco de memórias. Eu teria de voltar lá pros anos 60, quando eu nem tinha nascido ou era jovem demais pra saber o impacto disso na mídia e nos fãs."

O agora diretor de esportes da McLaren tem razão. Fernando Alonso foi apenas o 13º piloto que veio da F1 a se classificar no oval centenário. Número interessante, no mínimo. 

Cinco desses 13 venceram a prova e são nomes eternos no mundo todo. Jim Clark, Graham Hill, Mario Andretti, Emerson Fittipaldi e Jacques Villeneuve. 

Alonso quer estar no meio deles. Quer ser o segundo piloto na história a ganhar o feito da tríplice coroa. Duas ele já tem. 

O bicampeão se classificou num impressionante quinto lugar em 2017, mas teve azar quando seu motor quebrou faltando poucas voltas do fim. Dessa vez ele estará de novo no IMS, agora com um motor diferente, bem, tudo diferente. 

A McLaren estará agora com o apoio da Chevrolet e da Carlin. Não é começar do zero, mas claramente o esforço agora é maior para colocar um carro competitivo dentre Penskes, Ganassis e Andrettis. A equipe está na Florida junto com o pessoal da Carlin para se preparar para maio, como fala Trevor Carlin:

"Nós estamos ajudando na parte logística e operacional deste projeto. É deveras interessante, pois nossa equipe tem a base muito próxima da McLaren no Reino Unido. Temos um bom relacionamento desde antes. São ótimas pessoas."

Trevor Carlin ressalta uma coisa. É um carro spec. Não dá pra mexer em muita coisa, como estão acostumados no mundo da F1. Trevor está lá para mostrar onde podem e onde não podem mexer no Dallara.

Ainda podem aprender com o que o Alonso aprendeu em 2017 com Gil e com a Andretti. Tanto a Carlin e a McLaren ganham no processo. Especialmente na questão midiática. 

A atenção de Alonso foi tamanha que acendeu um interesse na equipe britânica em se desenvolver nos EUA. Aos poucos ela vai aprendendo como fazer para participar ativamente na Indy. Nesse caso específico, a Carlin vai construir o chassi para o carro de Alonso, e eles vão aprendendo o que devem fazer nele. 


"Queremos construir uma boa base de conhecimento para o que estamos fazendo. Pegamos um dos chassis para entender o que acontece. Esse carro vai ser usado na temporada da Indy. O chassi-teste que usaremos para os testes já está sendo produzido pela Carlin, na Florida. Vamos supervisionar para conseguir algo para o fim de março." 

Bob Fernley, autor da frase acima, é o chefe da equipe especialmente para a Indy 500. Ele está feliz pela escolha da equipe na parceria com a Carlin, segundo os resultados da Carlin mundo afora no automobilismo. Gil também está nessa, para ajudar com o vasto conhecimento e experiência do campeão e também vencedor da prova. É difícil lidar com um projeto grandioso como esse, ao mesmo tempo que sua equipe está literalmente no outro lado do mundo, esperando a F1 começar na Australia, mas todo mundo está confiante para os resultados. 

Esperamos ansiosamente por maio. 

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