A brasileira de vinte
anos segue a todo vapor em seu segundo ano de sua carreira nos Estados Unidos e
contou tudo sobre a sua temporada atual na USF2000, onde busca seu lugar ao sol
no mundo da Indy.
Bruna Tomaselli entrou
na USF2000 no ano passado, após várias passagens por monopostos, começando nas
categorias brasileiras em 2013-14, indo para a F-4 Sudamericana nos anos de
2015-16, onde conseguiu o quarto lugar na sua segunda temporada.
Desde o fim de 2016,
Bruna vêm focando sua carreira em categorias internacionais: fez uma etapa do
MRF Challenge Indiano e uma etapa da SCCA Pacific F-2000 antes de embarcar na
USF2000.
Na primeira temporada da
USF2000, a brasileira enfrentou alguns problemas na ArmsUp Motorsports,
perdendo a etapa de abertura em St. Petersburg por correr na National Class,
que usava os carros do ano anterior enquanto o resto do grid usava os novos
carros da Tatuus, e também não correu na prova de Iowa e na rodada dupla de
Toronto por problemas financeiros.
Nesse ano, Bruna
Tomaselli acertou com a Team Pelfrey para fazer a temporada completa na USF2000
pela primeira vez. Entrevistamos Bruna para saber mais dessa segunda temporada
na categoria, que se encerrará no primeiro fim de semana de setembro, em
Portland. As perguntas que fizemos estão identificadas com ICBR, e as respostas de Bruna estão
identificadas com BT.
Bruna na ArmsUp Motorsports, no ano passado. |
ICBR: Essa é a sua segunda temporada na categoria, sendo
que na primeira você disputou de forma integral. Qual será o maior desafio
dessa temporada, quando comparada com a passada na USF2000?
BT: O maior desafio nessa temporada é conseguir
ser constante em todas as etapas. Agora já tivemos seis de sete etapas e como o
campeonato é bem disputado, com mais de vinte pilotos no grid em todas as
etapas e sendo que pelo menos quinze destes andam dentro do mesmo segundo, ser
constante é um desafio grande. A gente vem trabalhando ao longo do ano com
isso, tanto nos treinos quanto nas corridas para ser o mais constante e
conseguir pontuar bem em todas as corridas. As vezes não é possível, pois a
sorte conta muito também num grid grande como o da USF2000.
ICBR: O seu campeonato vem sendo
bastante regular durante essas sete primeiras etapas, você crê que a chave para
poder crescer na USF2000 é, principalmente a regularidade?
BT: Regularidade, estar em uma boa
equipe e conhecer as pistas, isso faz uma grande diferença na USF2000.
Bruna, seus dois companheiros de equipe
(Kyle Dupell e Julian van der Watt) e
Jonathan Baker, um dos donos e coach. |
ICBR: A equipe com que você está trabalhando essa temporada, a Team
Pelfrey, vem tendo resultados melhores que a sua antiga equipe, a ArmsUp
Motorsports. Ela é realmente melhor que a sua equipe anterior? Como são os
trabalhos na Team Pelfrey?
BT: A Pelfrey é uma grande equipe, sempre teve pilotos na USF2000, Pro Mazda
e Indy Lights. Os resultados estão sendo melhores sim, e acredito que isso é
uma soma de mais treinamentos. Trabalhar com um carro mais desenvolvido, com os
engenheiros que conhecem bem o carro e o pessoal que consegue passar bem para nós o
que precisa ser feito para ter um melhor resultado em um fim de semana de
corrida ajudam bastante na melhora dos resultados.
ICBR: Durante a temporada você viveu e estudou nos Estados Unidos ou chegou a
voltar para o Brasil?
BT: Eu moro no Brasil, em Santa Catarina. Sempre viajo para os Estados Unidos para corridas ou treinos e logo depois volto pra casa. Aqui, eu faço faculdade e sempre treino de kart ou simulador quando estou em casa pra me preparar além, é claro, da preparação física.
A temporada começou no início de março em St. Petersburg e, logo de
cara, Bruna conseguiu seu primeiro Top 10 na categoria a o terminar em sétimo
lugar a prova de abertura do campeonato. Entretanto, no misto de Indianápolis
os azares perseguiram a brasileira, e ela teve o primeiro contato com os
circuitos ovais na quinta etapa, no Lucas Oil Raceway.
Bruna começando a temporada em St. Petersburg com um Top 10. |
BT: Lá em St. Pete foi a primeira etapa, tivemos um bom resultado, acabamos
em sétimo e com chances e carro para brigar por um top 5, além de eu já
conhecer a pista a equipe fez um grande trabalho durante o fim de semana que
permitiu isso.
ICBR: Já em Indianápolis parece
que os azares todos vieram ao mesmo tempo. Como foi o fim de semana no maior
templo do automobilismo?
BT: Em Indy foi mais complicado, eu já conhecia a pista, estávamos fortes
nos treinos, porém na corrida eu levei um toque na traseira de meu carro quando estava em
bandeira amarela, a desatenção de outros pilotos me fez abandonar aquela prova. Mas é sempre maravilhoso correr em
Indianápolis, o autódromo é enorme e o clima lá é
diferente, é sempre bom correr lá.
ICBR: Sobre o primeiro contato
com ovais, como foi a experiência? Houve algum treino perto, tanto virtual como
nas corridas em mundo real? No fim, o 14º lugar na corrida te agradou?
BT: Minha primeira corrida em oval, e o primeiro
contato foi mais difícil do que eu imaginava. Lucas Oil é um oval mais complicado, o
traçado é aberto e você faz as curvas a menos de um metro da parede, tem que ter
coragem. Eu treinei em simuladores antes de ir para lá, e a 14ª posição não foi o
resultado que eu esperava, foi uma corrida cheia de bandeiras amarelas, o que
complicou um pouco, mas fiquei feliz por ser meu primeiro oval e tive um grande
aprendizado.
Na segunda metade do
campeonato, em Toronto e Mid-Ohio, Bruna mostrou um desempenho consistente,
ficando bem próxima do Top 10 mas, nas duas vezes que esteve entre os dez
primeiros colocados da prova, houveram toques que tiraram a oportunidade dela
conseguir mais Top 10 na temporada.
ICBR: Como foram os fins de semana em
Toronto e Mid-Ohio? Teve até batida na primeira prova de Mid-Ohio não é?
BT: Foram dois fim de semana se muito
trabalho. Em Toronto, eu estava bem desde os treinos, brigando entre os 10
primeiros colocados. Na corrida, eu larguei em 15º e na primeira volta estava no quarto lugar,
depois fui segurando o máximo que eu conseguia e estava em sétimo. Foi quando
aconteceu um "desentendimento" e acabei batendo no carro de outro
piloto.
Já na rodada tripla de Mid Ohio foi um pouco mais difícil, parecia uma corrida de kart. A diferença entre os tempos dos pilotos era muito pequena, mas eu estava sempre brigando para ficar entre o top 10 também. Na primeira corrida, em uma relargada, um piloto acabou batendo em outro carro e ficou parado no meio da reta. Quando eu fui desviar, outro carro também desviou e me jogou pra fora da pista. Na segunda corrida eu estava fazendo uma prova de recuperação e acabei em 13º. Na terceira prova eu tentei controlar e terminar a corrida sem nenhum incidente e somar pontos. Não foram fim de semanas de muita sorte.
Já na rodada tripla de Mid Ohio foi um pouco mais difícil, parecia uma corrida de kart. A diferença entre os tempos dos pilotos era muito pequena, mas eu estava sempre brigando para ficar entre o top 10 também. Na primeira corrida, em uma relargada, um piloto acabou batendo em outro carro e ficou parado no meio da reta. Quando eu fui desviar, outro carro também desviou e me jogou pra fora da pista. Na segunda corrida eu estava fazendo uma prova de recuperação e acabei em 13º. Na terceira prova eu tentei controlar e terminar a corrida sem nenhum incidente e somar pontos. Não foram fim de semanas de muita sorte.
ICBR: Os fins de semana da rodada dupla
de Toronto e a rodada tripla em Mid-Ohio foram os mais regulares da sua
temporada até agora?
BT: Foram dois fim de semanas que eu
estava brigando forte, mas a sorte não estava ao meu lado (risos) e por
incidentes, muitas vezes entre outros pilotos, mas que aconteciam na minha
frente, eu não consegui um resultado melhor. O grid tem mais de 20 pilotos,
geralmente uns 25, é muito difícil não acontecer nada.
O
encerramento da temporada será no circuito de Portland International Raceway, o
último desafio de Bruna Tomaselli antes do fim do campeonato.
ICBR: Quais eram suas expectativas para a temporada de estreia na USF2000? E, faltando ainda sete provas para o fim do campeonato,
quais são suas expectativas até o fim do ano?
BT: Meu objetivo é brigar sempre pelas
primeiras posições, estar competitiva em todos treinos livres, classificatórios
e corridas. Até o fim do ano, teremos Portland, novidade para mim e para a maioria
do grid da USF2000, o que vai ser um grande desafio para todos. E agora vamos
continuar buscando a ponta para somar pontos importantes nessa fase final para
terminar o campeonato em uma boa colocação!
E isso é tudo por hoje. A próxima corrida temporada da USF2000 é a rodada dupla fina em Portland. Acompanhe mais
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