A última atividade do Road to Indy esse ano são dois dias de testes com o foco voltado para a temporada de 2018, tanto da Indy Lights quanto da Pro Mazda e USF2000. Quais são os novatos? Quem mudou de equipe? Veremos a seguir.
Segunda vez que o Chris Griffis Memorial Test acontece em Indianápolis.
O Chris Griffis Memorial Test é um teste que acontece todo fim de ano que acontece em homenagem a Chris Griffis, antigo gerente da Sam Schmidt Motorsports que faleceu no fim de 2011 durante uma partida de basquete. Um mês depóis de sua morte, para homenageá-lo, criou-se o Chris Griffis Memorial Test, quando todas as categorias do Road to Indy treinam juntas por dois dias.

Nesse ano, o Chris Griffis Memorial Test acontecerá no misto do Indianápolis Motor Speedway, nos dias 21 e 22 de outubro. Nos dois dias, doze carros na Lights, onze carros da Pro Mazda e dezenove carros na USF2000 fazem sessões alternadas de 45 minutos nos dois dias. 

Vamos por partes:

Indy Lights


Vamos por equipes, em ordem alfabética, porque eu gosto.

A Andretti Autosport vem com seus quatro caros típicos e, como é tendência nos últimos anos, temos dois com pilotos muito promissores e dois carros para pilotos não-tão-promissores.

Na ala mais promissora vem Anthony Martin pilotando o #27, vice-campeão da Pro Mazda desse ano e campeão da USF2000 do ano passado, sendo um dos nomes mais cogitados no futuro a médio prazo da Indy. No #98, ainda na ala promissora, vem Colton Herta; o filho de Bryan Herta vem com um acerto igual ao do ano passado, quando foi terceiro colocado no campeonato,  disparado um dos favoritos para 2018 e o cara a ser batido nesse teste.

Na ala não tão promissora, insistindo no #28 vem Dalton Kellett no mesmo acerto a três anos e que, nos últimos anos, não mostrou tanta evolução (com exceção dos ovais). No #48 vem Ryan Norman, que, apesar da evolução mostrada, ficou bem aquém de um piloto do nível da Andretti. Os dois apostam no efeito Kyle Kaiser, onde a experiência misturada com um bom equipamento ajude bastante a ser campeão.

A Belardi Auto Racing tem a antiga cultura de contratar pilotos com muito talento e que nem sempre tem tanto dinheiro, o que acaba prejudcando a equipe e deixando ela no meio do grid. É estranho, mas acontece.

Essa tônica não foi muito diferente para esse teste, onde a equipe aparecerá com três carros. O #4 será dirigido por Rinus Van Kalmthout, conhecido nos EUA como Rinus VeeKay, ele foi vice-campeão da USF2000 no ano passado, num duelo com Oliver Askew; o holandês de 17 foi incrivelmente bem e é auxiliado por Arie Luyendyk, mas um salto da USF2000 para a Indy Lights é sempre complicado. No #5 Nico Jamin foi escalado, onde ele já pilotou pela Belardi na USF2000 em 2013, pela Andretti na Indy Lights do ano passado e conseguiu três vitórias, mas teve um ano irregular e por pouco não termina na metade de baixo da tabela de classificação.

E o dono do #9 ainda não foi anunciado, ao melhor estilo Dale Coyne. Tudo indica que Aaron Telitz vai correr novamente pela Belardi, já que ele estará em Indianápolis e correu pela equipe no ano passado. Mas esses testes são uma caixinha de surpresas.

A Carlin não apareceu nesse teste. Os pilotos que estiveram na equipe no ano passado ou estão buscando a Indy principal (Matheus Leist e Zachary Claman de Melo) ou estão sem muito dinheiro para continuar na Lights por enquanto (Neil Alberico e Garth Rickards). A equipe, que pretende subir à Indy principal no ano que vem também, ainda não tem muita coisa pronta e meio que me assusta a ausência dela nesse teste. Vamos ver como ela vem para 2018, se ela vier mesmo.

A Juncos Racing vem para 2018 tentando quebrar a sina de ser campeã apenas em anos ímpares e, pelo menos nesse teste, é Victor Franzoni a maior aposta da equipe. O brasileiro campeão da Pro Mazda desse ano corre no #23 esse fim de semana, e entra pela primeira vez em um teste oficial na Indy Lights. O carro #21 será inutilizado por Heamin Choi, piloto de 33 anos que começou a carreira em sua terra natal, a Coreia, foi para os EUA mas a carreira não decolou, voltou para a Coreia, foi campeão novamente e veio pela segunda vez para os EUA em 2015, mas não fez muito mais do que algumas corridas esporádicas na Indy Lights.

O carro #31 da equipe será dividido. No primeiro dia ele será pilotado por Nicolas Dapero que, pelo menos no primeiro ano de Indy Lights, se mostrou uma cópia argentina de Ryan Norman; e Carlos Cunha, campeão do resto nesse ano da Pro Mazda e que conseguiu se adaptar consideravelmente bem nos EUA.

E, por último, a Team Pelfrey. A equipe amarela e preta, novamente, é a equipe com o maior número de dúvidas e, depois de correr com Juan Piedrahita na temporada toda e Pato O'Ward nas duas primeiras etapas no ano passado, a equipe vem com dois carros novamente para esse teste.

No #2 vemos TJ Fisher. O americano de 26 anos foi quarto colocado da Pro Mazda esse ano (numa categoria com seis ou sete carros no mesmo nível, isso não é impressionante) e passou pelo Road to Indy, até esse momento, sem impressionar. E Pato O'Ward está de volta no #3, mas já sabemos que o mexicano não possui verba para uma temporada toda, então o assento meio que continua vago.

Mas, apesar das incertezas, ainda não há sinal de Juan Piedrahita na equipe novamente.

Pro Mazda


A categoria do meio do Road to Indy estreará oficialmente o novo chassi a ser usado em 2018, o PM-18 (sigla nada criativa) e isso atraiu a atenção de novas equipes para o certame.

Começamos pelas antigas e vamos para as novatas depois:
  • Juncos Racing: a atual campeã, bem diferente do ano passado, vem realizando mais seriamente a pré-temporada. O trio da equipe será formado por Carlos Cunha no #1, Sting Ray Robb no #2 e Robert Megennis no #3. Um trio que, cada um a sua maneira, chamou alguma atenção por onde passou: Carlos Cunha com sua rápida adaptação em seu primeiro ano de Pro Mazda, Ray Robb e seu desempenho consideravelmente bom na Pro Mazda ao ser o melhor do resto na fraca World Speed Motorsports e Robert Megennis e ser o único fora dos três primeiros a vencer na USF2000 desse ano. Agora tem a chance de mostrar trabalho e alçarem voos maiores.
  • Team Pelfrey: Assim como a equipe na Indy Lights, a Pelfrey da Pro Mazda sofreu um pequeno desmonte, com todos os pilotos desse ano saindo de uma vez. Correndo atrás do prejuízo, a equipe contará com o "experiente" Kris Wright, que pilotou na Pro Mazda em metade da temporada, e Kaylen Frederick, de quinze anos que fez cinco pódios e terminou em quarto na USF2000 desse ano. Uma dupla cheia de potencial e incógnitas.
  • Cape Motorsports: A equipe dos irmãos Cape vai para esse teste como sendo uma cópia de 2017, com apenas um carro, dado ao vencedor do campeonato da USF2000 desse ano. Ou seja, Oliver Askew é o único piloto (por enquanto) da equipe, dirigindo o #8.
  • Exclusive Autosport: A equipe canadense estreia no certame com uma dupla consideravelmente boa. No #90 vem Parker Thompson, vice campeão da USF2000 no ano passado e terceiro colocado esse ano, mas a falta de dinheiro vem atrapalhando a evolução de sua carreira; já no #91 vem Nikita Lastochkin, que estreou na Pro Mazda no quinto lugar, bem próximo de TJ Fisher.
  • Pabst Racing: A equipe de Augie Pabst volta a Pro Mazda depois de um bom tempo, e vem com um carro, o #18, para o guiano Calvin Ming, que não fez feio na USF2000 esse ano, conseguindo quatro pódios e ficando no quinto lugar do campeonato.
  • BN Racing: Também estreando na categoria, a equipe vem com dois carros: o #78 para o holandês Leonard Hoogenboom (fez alguns campeonatos de F-4 na Europa no ano passado, sem muito destaque) e o #79 para David Malukas (fez algumas corridas na USF2000 desse ano, conseguindo um pódio e ficando constantemente no Top 10). 

USF2000


O primeiro degrau do Road to Indy vem com 19 carros e 21 pilotos para esse teste e, como na categoria a rotatividade de pilotos é bem maior, ressaltarei apenas alguns pilotos.

Primeiramente, apenas quatro pilotos que estiveram presente na maioia das corridas do ano passado estão de volta para esse teste. Lucas Kohl (#23 Pabst Racing) é o que conseguiu uma posição mais alta entre eles no campeonato passado, e a experiência de dois anos pode ajudar o brasileiro a seguir mais a frente no Road to Indy. Darren Keane (#36, Newman Wachs Racing) vem buscando melhorar seu ano passado, quando ficou em 11º, e a própria Newman Wachs Racing busca se recuperar do mal ano que teve, com muitas trocas de pilotos e resultados meia boca. Na Exclusive Autosport, Jayson Cluine (#92) vem para um segundo ano na categoria depois de uma estreia complicadíssima, e Parker Thompson (#90) corre no primeiro dia apenas para acertar o carro e encaminhar os ajustes para os outros pilotos da Exclusive Autosport.

Também temos a presença de alguns pilotos que correram uma ou outra prova no ano passado, como Callan O'Keeffe (#27, BN Racing), Jacob Loomis (#81, Team Pelfrey) e Andres Gutierrez (#22, Pabast Racing). Quem sabe eles vêm agora para uma temporada completa?

E, tirando os seis supracitados e Aaron Telitz, que dirige o #20 da RJB Racing apenas para fins de aprendizado para a equipe, pois ele já corre na Indy Lights, todos os outros 13 pilotos são estreantes. Hunter McElrea e Jaden Conwright fizeram temporadas em monopostos fora dos EUA (na F-3 Australiana e na F-4 Italiana, respectivamente) e agora tentam a sorte em terras ianques, enquanto Max Peichel e David Osborne estiveram em campeonatos da SCCA, seja na F-4 Americana ou na F1600.

Por último, nove pilotos fazem a passagem dos Karts para os monopostos pela primeira vez (ou, em alguns casos, pela primeira vez de verdadinha) e dão seu primeiro passo avançado na carreira, incluindo duas moças americanas: Zoey Endelholm e Sabre Cook. como não sei muita coisa de kart, vou esperar eles consolidarem carreira para dizer algo sobre eles.


E... Bem, é isso para o primeiro teste. Semana que vem (mentira, só na outra semana) venho com os resultados e minhas impressões. Até lá!

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