A Indy Lights vive uma fase surpreendentemente interessante, tanto em sentido de disputa quanto no sentido do campeonato. Jones e Urrutia vencem as provas da etapa de Barber, e agora temos cinco vencedores e quatro equipes diferentes vencendo as primeiras cinco provas do campeonato.
Jones rumo a mais uma liderança perdida?
O fato é que esqueci que fazer a review de Barber, e como fazer review de prova é muito caído, resolvi fazer um balanço do campeonato até aqui, antes das corridas de Indianápolis.

MAS, caso você esteja muito curioso de ver como foram as provas, a prova 1 que teve Jones como vencedor está aqui e a prova 2 que teve Urrutia como vencedor está aqui. Vale a pena ver, elas estavam bem boas. Os resultados de treinos e os das provas está aqui. Para finalizar, tem a pontuação e os resultados das provas já realizadas na tabela abaixo (não copiei e colei do Paint, tive o trabalho de colocar a equipe também).


Olhando o resultado vocês conseguem fazer algum padrão? Bem, tem alguns:
  • Os dois primeiros do campeonato terminaram no pódio em duas etapas e derraparam em uma delas. Repare que Ed Jones terminou as últimas três provas entre os três primeiros e Kyle Kaiser terminou as três primeiras provas nessa posição. Desempenho parecido é característico dos pilotos que disputaram o título.
  • Do quarto ao nono lugar vem um amontoado de gente com resultados constantes, pontuados por um resultado de destaque ou por um escorregão. Normalmente é chamado de pelotão do meio do grid.
  • Do décimo segundo pra baixo  vem o pelotão da tristeza.

Mas isso é apenas a frieza dos números, que nem sempre refletem a verdade da competição nem são tão confiáveis para se traçar prognósticos para o campeonato. Esse ano da Indy Lights é um desses 'nem sempre'.

Quando cito o bom desempenho de pilotos experientes,
favor desconsiderar Juan Piedrahita.
Isso porque ainda estamos sob o efeito do início da temporada. Nela, pilotos mais experientes levam vantagem óbvia perante os novatos enquanto estes ainda se acostumam a categoria (carros, pistas, correr nos EUA, etc.). Esse efeito acontece mais forte na Indy Lights, onde os poucos treinos coletivos (foram apenas três esse ano) para a contenção de custos imperam na categoria desde quase sempre, e ele é mais presente nas duas primeiras etapas, ainda mais quando uma delas é em um oval. A partir da terceira etapa e conforme passam-se os dias de temporada regular, os novatos vão se acostumando a tudo, e o efeito do início da temporada vai diminuindo aos poucos.

Além disso, Jones e Kaiser são da Carlin e da Juncos, respectivamente. Ambas iniciaram muito bem o ano, saindo na frente das outras equipes desde os testes de pré-temporada, e esse favoritismo se confirmou nas três primeiras etapas. Algo parecido aconteceu também em 2015, onde vimos Ed Jones e Spencer Pigot, da Carlin e da Juncos, respectivamente, vencerem até a Indy 500. No decorrer desse ano vimos também a Carlin ficar num jejum de vitórias por mais de dez provas, até Iowa com a vitória de Max Chilton e vimos também Pigot aproveitando ao máximo as chances que tinha e conseguindo vencer em apenas mais duas etapas, incluindo a última onde venceu as duas provas finais e se sagrou campeão.

Urrutia vem bravo para a disputa.
Creio que o mesmo fenômeno pode acontecer também esse ano. Para não se repetir o acontecido do ano passado, Jones vai ter que brigar bastante com a esquadra da Schmidt-Peterson,q ue parece bem melhor esse ano, e com a Andrreti, que vem com uma equipe decente em 2016. Isso sem contar Rosenqvist e Hargrove.

Isso tudo reflete o que vemos nas três primeiras etapas de 2016. Com exceção de Felix Rosenqvist (campeão de quase tudo na F-3 Europeia) na segunda corrida de St. Pete, todos os pilotos que subiram ao pódio correram na Indy Lights em 2015. Esse efeito também é refletido na classificação até agora, onde cinco dos seis primeiros correram na Indy Lights no ano passado.

Dei essa volta toda para dizer: creio com todas as forças, ainda mais com o nível dos novatos (principalmente três: Urrutia, Rosenqvist e Stoneman), bem como a recuperação de pilotos experientes, como Felix Serralles e RC Enerson vai fazer a briga pela ponta do campeonato, pois não consigo conceber Kyle Kaiser disputando o campeonato. 

Prevejo mais vitórias da Schmidt-Peterson e da Andretti, além de maior presença de Rosenqvist, e a derrocada de Ed Jones, Kyle kaiser e Felix Serralles. Se um dos três primeiros agora estiverem disputando o título na corrida final eu vou me surpreender bastante.
Negrão dirigir um carro negro na Lights foi eleita a melhor ideia de marketing subliminar do ano.
Ah sim, antes de terminar o texto, não poderia deixar de comentar sobre a estreia de André Negrão na Indy Lights. A estreia repentina do brasileiro vem rendendo bons frutos, apesar de discretos, e o campineiro vem sendo um ponto estável no meio de tantos altos e baixos do meio do pelotão.

Com exceção da prova de Barber 2, onde teve alguns problemas cabulosos, ele completou todas as provas dentro do top-10, mas fora do top-5. Isso, pelo menos ao meu ver, é um sinal para o moço que se recusa a atender todas minhas mensagens em seus perfis pessoais e aos seis e-mail que mandei para a caixa de mensagens de seu site arriscar mais do que já vem arriscando na catgoria, agora que já está mais ambientado ao novo carro e aos ovais.

E é isso pessoas, na segunda semana de maio tem rodada dupla no misto de Indianápolis e dia 27 de mai tem a Freedom 100, no oval. Até mais (sem esquecer as reviews)!!!

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