O “Templo da Velocidade”, que batizaram de “Indianapolis Motor Speedway”, jamais mudou seu traçado retangular e, desde a inauguração, tem a seqüencia de 4 curvas intacta. Algumas outras lendárias pistas ao redor do mundo já modificaram diversas vezes seus traçados (por inúmeros motivos, ressalto) e foram perdendo aos poucos trechos importantes de suas características mais interessantes.
Ali, com esse traçado simples, os integrantes da emergente indústria automotiva da época (europeus e americanos) duelavam para atingir as velocidades máximas dos seus carros; também foi por isso que assistir a essa busca por velocidades cada vez mais extremas evoluiu junto com a fama do evento.
O único brasileiro a bater recorde em Indianápolis: Emerson Fittipaldi. |
Emerson Fittipaldi entraria nos anos 90 com o
titulo das 500 Milhas de 1989, o título do Campeonato da Indy de 1989 e ainda
quebraria em 1990 o recorde de Rick Mears com a velocidade de 225.301 mph (ou 362.587 km/h).
A barreira das 230 Milhas estava próxima de ser quebrada. E foi Roberto Moreno,
em 1992, dentro de um Lola T9200 com motor Buick, quem atingiria a média de 232.482 mph
(ou 374.144 km/h).
O recorde atual, de Arie Luyendyk. |
REGISTRO DO RECORDE
Volta 1: 38.097 segundos – 236.239 mph (ou 377.982 km/h)
Volta 2:
37.983 segundos – 236.948 mph (ou 379.116 km/h)
Volta 3:
37.933 segundos – 237.260 mph (ou 379.616 km/h)
Volta 4:
37.895 segundos – 237.498 mph (ou 379.996 km/h)
Média:
236.986 mph (ou 379.177 km/h)
A quarta volta desse recorde permanece até hoje
como a volta mais rápida já conquistada em Indianapolis, nada foi mais rápido
ali dentro do que Arie Luyendyk!
A partir daí a politicagem tomaria conta do IMS
e por anos as velocidades diminuíram drasticamente, muito em função do uso dos
motores V8 aspirados incapazes de irem além das 231 Milhas. Para ter noção da
decadência nas velocidades, em 1997 o mesmo Arie Luyendyk registrou um passo
para trás com 19 milhas de distância para o recorde que ele mesmo havia
estabelecido doze meses antes. Com isso, a pista de Indiana nunca mais veria um
novo recorde para a pole. Ano que vem, durante o mês de maio, tanto a
velocidade recorde da pole de Tony Stewart quanto o recorde absoluto de Luyendyk
farão 20 anos de idade.
O último a alcançar as 230 milhas na qualificação. |
A esperança para a centésima edição é que antes
da mudança de regra perpetrada por Derrick Walker e Mark Miles, onde os carros
teriam que fazer a qualificação com o acerto aerodinâmico que utilizariam pra
corrida, Helio Castroneves havia chegado a empolgantes 233.474 mph (ou
373.558 km/h). Os carros utilizaram aerokits que os deixaram mais rápidos a cada
dia e dezenove pilotos conseguiram romper então a barreira das 230 milhas em um
único treino livre esse ano. No mínimo, um sinal animador para os treinos de
maio!
É, portanto, bem provável que a pole das 500
Milhas de 2016 quebre o recorde de Tony Stewart de 1996, mas dificilmente algum
piloto conseguirá superar o registro fantástico do holandês voador ano que vem.
São as 240 milhas uma barreira inatingível para carros e pilotos da Indy? Será
que os times/pilotos da categoria serão capazes retomar a trajetória de quebras
de recordes constantes como tínhamos no passado ou ficaremos entre as 233 mph e
as 237 mph por mais 20 anos? Só o Tempo poderá responder ao fiéis do Templo
sobre isso!
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