por Rafael Marinho. Parte 1 do início dos tempos aqui. Parte 2 dos anos 60 a 80 aqui.

O “Templo da Velocidade”, que batizaram de “Indianapolis Motor Speedway”, jamais mudou seu traçado retangular e, desde a inauguração, tem a seqüencia de 4 curvas intacta. Algumas outras lendárias pistas ao redor do mundo já modificaram diversas vezes seus traçados (por inúmeros motivos, ressalto) e foram perdendo aos poucos trechos importantes de suas características mais interessantes.

Ali, com esse traçado simples, os integrantes da emergente indústria automotiva da época (europeus e americanos) duelavam para atingir as velocidades máximas dos seus carros; também foi por isso que assistir a essa busca por velocidades cada vez mais extremas evoluiu junto com a fama do evento.
O único brasileiro a bater recorde em Indianápolis: Emerson Fittipaldi.
Emerson Fittipaldi entraria nos anos 90 com o titulo das 500 Milhas de 1989, o título do Campeonato da Indy de 1989 e ainda quebraria em 1990 o recorde de Rick Mears com a velocidade de 225.301 mph (ou 362.587 km/h). A barreira das 230 Milhas estava próxima de ser quebrada. E foi Roberto Moreno, em 1992, dentro de um Lola T9200 com motor Buick, quem atingiria a média de 232.482 mph (ou 374.144 km/h).


O recorde atual, de Arie Luyendyk.
As 240 Milhas (ou 384.00 km/h) seriam a próxima barreira de velocidade a ser destruída. Em 1996, ano da maldita cisão da Indy em Indy-IRL e Indy-CART, os fãs das 500 Milhas foram testemunhas de dois recordes até hoje não foram superados por nenhum piloto. A pole, a mais rápida de todos os tempos, ficou com Tony Stewart que marcou 233.100 mph (ou 375.138 km/h). E nesse ano também houve o registro da velocidade mais extrema de todos os tempos no Templo: Arie Luyendyk, o holandês voador, após ter sido desclassificado em uma das fases da qualificação, retornou para a pista e sacramentou a marca que até 2015 não tinha sido superada por nenhum piloto do mundo:

REGISTRO DO RECORDE

Volta 1: 38.097 segundos – 236.239 mph (ou 377.982 km/h)
Volta 2: 37.983 segundos – 236.948 mph (ou 379.116 km/h)
Volta 3: 37.933 segundos – 237.260 mph (ou 379.616 km/h)
Volta 4: 37.895 segundos – 237.498 mph (ou 379.996 km/h)
Média: 236.986 mph (ou 379.177  km/h)

A quarta volta desse recorde permanece até hoje como a volta mais rápida já conquistada em Indianapolis, nada foi mais rápido ali dentro do que Arie Luyendyk!

A partir daí a politicagem tomaria conta do IMS e por anos as velocidades diminuíram drasticamente, muito em função do uso dos motores V8 aspirados incapazes de irem além das 231 Milhas. Para ter noção da decadência nas velocidades, em 1997 o mesmo Arie Luyendyk registrou um passo para trás com 19 milhas de distância para o recorde que ele mesmo havia estabelecido doze meses antes. Com isso, a pista de Indiana nunca mais veria um novo recorde para a pole. Ano que vem, durante o mês de maio, tanto a velocidade recorde da pole de Tony Stewart quanto o recorde absoluto de Luyendyk farão 20 anos de idade.

O último a alcançar as 230 milhas na qualificação.
De 1997 a 2015, só em três ocasiões a velocidade da pole estava acima das 230 Milhas: o primeiro foi Bruno Junqueira com 231.342 mph (ou 372.309 km/h) em 2002; no ano seguinte, Helio Castroneves cravaria 231.725 mph (ou 372.925 km/h) e Ed Carpenter, em 2013, faria a pole com a média de 231.067 mph (ou 371.787 km/h).

A esperança para a centésima edição é que antes da mudança de regra perpetrada por Derrick Walker e Mark Miles, onde os carros teriam que fazer a qualificação com o acerto aerodinâmico que utilizariam pra corrida, Helio Castroneves havia chegado a empolgantes 233.474 mph (ou 373.558 km/h). Os carros utilizaram aerokits que os deixaram mais rápidos a cada dia e dezenove pilotos conseguiram romper então a barreira das 230 milhas em um único treino livre esse ano. No mínimo, um sinal animador para os treinos de maio!



É, portanto, bem provável que a pole das 500 Milhas de 2016 quebre o recorde de Tony Stewart de 1996, mas dificilmente algum piloto conseguirá superar o registro fantástico do holandês voador ano que vem. 


São as 240 milhas uma barreira inatingível para carros e pilotos da Indy? Será que os times/pilotos da categoria serão capazes retomar a trajetória de quebras de recordes constantes como tínhamos no passado ou ficaremos entre as 233 mph e as 237 mph por mais 20 anos? Só o Tempo poderá responder ao fiéis do Templo sobre isso!  

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