Brasileiro
campeão da CART em 2002 pela Newman-Haas, completa neste sábado (19), 42 anos.
Parabéns, campeão!
Nascido
em Belo Horizonte, em 19 de setembro de 1973, Cristiano Monteiro da Matta, ou simplesmente
Cristiano da Matta, é filho do lendário piloto Toninho da Matta, catorze vezes
campeão brasileiro de carros de turismo.
Cristiano
começou no kart aos 16 anos, e logo chamou a atenção ganhando diversas
competições dessa categoria, além de utilizar um capacete bastante parecido com
o do pai. Após vencer o título brasileiro da Fórmula Ford em 1993, Da Matta venceu o
campeonato brasileiro de Fórmula 3, no ano seguinte, até chegar na Fórmula
3000, em 1996.
Em
1997, o piloto tomou um rumo diferente da maioria dos pilotos brasileiros, que
geralmente vão à Europa, para chegar um dia à Fórmula 1, indo então para os
EUA, para competir na Indy Lights.
O
Brasil estava em ascensão na principal categoria de base da Indy, na época
então sancionada pela CART. Uma vez que Tony Kanaan havia sido o campeão
daquele ano na Lights, com Hélio Castroneves sendo o vice (o carma de Helinho
com o segundo lugar já era forte nessa época), além de Da Matta, então
competindo pela Bryan Steward Racing, que terminou seu primeiro ano na categoria
com o terceiro lugar, tendo três vitórias.
Para
1998 foi tudo diferente, com Kanaan e Helio subindo à Indy (CART), Da Matta foi
para a Tasman e ganhou, ao todo, sete provas, além de quatro poles, sagrando-se
assim o campeão da Indy Lights. Da Matta assim aparecia para os EUA, e para o
mundo.
Em
1999, a estreia na CART veio na equipe Arciero-Wells Racing e seu melhor
resultado foi um quarto lugar em Nazareth, terminando o campeonato de 99 na
décima-oitava colocação e 12 abandonos ao longo da temporada.
Cristiano comemorando com sua equipe seu primeiro triunfo na Indy. |
No
ano seguinte, após um ano de estreia bem aquém do esperado, Da Matta
permaneceu na CART, na mesma equipe, porém com nome diferente: a PPI
Motorsports (Precision Preparation, Inc.), ainda comandada por Cal Wells.
Cristiano enfim conquistou a sua primeira vitória na categoria, no oval curto
de Chicago, conquistando outro pódio em Cleveland e terminando o campeonato em
um honroso décimo lugar.
Para
2001, após ter impressionado no ano anterior, Paul Newman e Carl Haas revolveram
investir no jovem brasileiro para ocupar o lugar de ninguém menos que Michael
Andretti, que havia assinado para competir no carro da equipe satélite da
Green. Da Matta então faria a dupla na Newman-Haas com outro brasileiro:
Cristian Fittipaldi. Neste
ano que ficou marcado como o último da Penske na CART, Da Matta conseguiu três
vitórias (Monterrey, Surfers Paradise e Fontana), terminando o campeonato em
quinto lugar.
Da Matta ao lado de Newman, Haas e atrás da Vanderbilt Cup. |
Em
2002 veio o auge: mesmo com o campeonato já sem a equipe de Roger Penske e com
problemas financeiros, Cristiano dominou e venceu sete provas (Monterrey,
Laguna Seca, Portland, Chicago, Toronto, Road América e Miami), além de outros
quatro pódios, conquistando assim o seu primeiro título da CART.
Em
2003, Cristiano era considerado um dos melhores pilotos do mundo fora da
Fórmula 1. Muitos queriam ver o então jovem mineiro na categoria máxima do
automobilismo mundial. E foi o que aconteceu. A equipe Toyota, então com apenas
um ano na categoria, resolveu levar o seu melhor piloto dos EUA (Da Matta
guiava o seu Newman-Haas/Lola com motores da montadora japonesa), para ser o
piloto ao lado do experiente francês Olivier Panis.
Da Matta dentro do carro da Toyota em 2003, ao lado de Olivier Panis, seu companheiro de equipe. |
Não
irei me alongar muito nessa parte: Cristiano teve como melhores resultados na
F1 dois sextos lugares em 2003, nos GPs da Espanha e da Alemanha. Em 2004, saiu
da equipe após o GP da Alemanha após reclamar do desempenho de seu carro, tendo
um desempenho inferior inclusive ao de seu companheiro, Ralf Schumacher. O
também brasileiro Ricardo Zonta o substituiu para o resto daquela temporada.
Cristiano chegou a dar declarações depois de que nunca mais voltaria à F1. E de
fato nunca mais voltou.
O
retorno à Indy parecia óbvio, e assim o foi. Entretanto, Da Matta retornou para
uma já minguada Champ Car, resultado do que sobrou da CART em 2004. Cristiano então
voltou pela equipe PKV Racing (atual KV) e, em 2005, conquistou apenas uma
vitória, em Portland, terminando o ano em décimo primeiro.
Da
Matta foi para a Dale Coyne em 2006, mas como a Dale Coyne era a Dale Coyne
desde essa época e mudava o$ $eu$ piloto$ a cada prova, o brasileiro então foi
para a RUSport, substituindo o americano AJ Allmendinger, que havia ido para a
Forsythe.
E
então veio o pior momento de sua carreira: Nos treinos livres de inter
temporada em Road América, Cristiano acertou em cheio um cervo que atravessava
a pista, matando o animal. Como se já não bastasse, os chifres do cervo
acertaram a cabeça de Da Matta. Resultado: Traumatismo craniano grave, com os
médicos retirando parte de sua caixa craniana para aliviar a pressão e, então,
Cristiano ficou em coma induzido. Felizmente, para surpresa dos médicos, Da
Matta se recuperou rápido e, 48 dias após o acidente, recebeu alta no hospital
onde fora internado.
O
lado infeliz da história foi que Da Matta nunca mais conseguiu pilotar em alto nível.
Tentou voltar a pilotar em carros de Turismo, em 2008, mas em sua primeira
corrida passou mal e teve que abandonar. Cristiano ainda pilotou na Fórmula
Truck em 2010 e na ALMS em 2011, porém sem nenhum sucesso.
Da
Matta hoje trabalha ao lado dos irmãos na empresa DaMatta Design, que é uma
fornecedora de vestuário e assessórios para a prática de ciclismo e mountain
bike, segundo consta em sua página oficial no facebook.
Muitos
no Brasil e no automobilismo mundial talvez já não se lembrem muito de Da Matta,
um dos últimos grandes pilotos brasileiros que tivemos, mas nós do Indy Center
Brasil lembramos. Portanto, parabéns e felicidades, Da Matta!
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