A temporada de 2015 acabou e o que mudou nas equipes da Indy? Quem ainda é grande? Quem é de fundo de grid? Quando o Matheus vai parar de fazer os primeiros parágrafos cheios de perguntas?
Lembra isso, mas é quase o oposto disso. Desculpe estudantes de exatas. |
Mas determinar esses três grupos na Indycar é meio complicado. Praticamente todas as equipes brigam por vitórias em um momento ou outro do campeonato, algo diferente do que se costuma ver nas outras categorias top mundiais.
Então, para facilitar, definimos os blocos assim:
Paraíso - as equipes que brigavam pela vitória no ano todo e tinham pilotos disputando o campeonato de forma sólida.
Mundo Mortal - as equipes que:
- brigavam pela vitória durante apenas uma parte da temporada
- ou disputavam esporadicamente a vitória mas não ficavam na rabeira.
- ou equipes muito díspares com um carro/piloto bom e um carro/piloto ruim.
Purgatório - brigou pela vitória raramente ou nunca e nem cogitou disputar o campeonato.
Na temporada passada, vimos Penske, Andretti (muito graças a Hunter-Reay) e Ganassi no paraíso, com a Schmist-Peterson bem próxima deles. Vimos Dale Coyne, Rahal e AJ Foyt amargando o limbo da Indycar, com a BHA um pouco mais afastada do grupo e o resto no meião do grid.
E, em 2015, as coisas estão assim:
Os três grandes blocos da Indycar, com seus dois limites. Em verde quem subiu e em vermelho quem desceu. |
Paraíso (Penske e Ganassi): Pois é, o dia de vermos a Honda e a Andretti fora das grandes chegou. Só as gigantescas equipes de Roger Penske e Chip Ganassi brigavam realmente se mantiveram sólidas na frente das corridas e sempre pintavam na ponta das provas.
A Penske veio com sua super esquadra e começou arrebentando com 1-2-3-4 no qualify e 1-2-4-5 na corrida de St. Pete. Entretanto, todo esse ânimo arrefeceu durante o ano e, no fim, mais um vice na conta de Roger Penske. A Ganassi fez o exato oposto da Penske, e a Andretti sumiu no mar de dificuldades da Honda com motor e da falta de patrocínios.
Stariway to Heaven (Andretti): Pois é, a crise já se instalou de forma mais duradoura na equipe de Michael Andretti. Depois de, no ano passado, se manter nas equipes de ponta mais graças a Ryan Hunter-Reay, a equipe teve seus planos de expansão minados pela saída repentina da UFD, que fez a equipe diminuir seu plantel em um carro (ao invés do plano inicial de aumentar um carro) e culminou na saída de James Hinchcliffe da equipe. Isso sem contar nos problemas internos que a equipe sofre.
Apesar das três vitórias no ano, ninguém da equipe chegou perto de disputar o campeonato com Penske, Ganassi e os outros gatos pingados e passou boa parte do ano sumida no meio do grid, graças ao motor da Honda que rendia muito menos que os da Chevy.
A recuperação da equipe para o paraíso junto com Penske e Ganassi depende muito de dinheiro e gestão dela mesma, além de um equipamento decente ser entregue pela Honda.
Mundo dos Mortais (CFH, SPM, RLL e KV): Quase todas as siglas da Indycar estão aqui. É muita coisa pra falar, então separemos em perguntas que, muito provavelmente, você se faz agora:
CFH e RLL não estão na Starway to Heaven junto com a Andretti por quê?
Bem, Elas realmente tiveram um ótimo desempenho nesse ano de 2015 e até bateram a Andretti no fim do campeonato, entretanto, existem circunstancias agravantes na subida delas.
A CFH se mostrou mais sólida em apenas um dos dois carros da equipe. É até bizarro lembrar que a CFH tem dois carros, pois Newgarden se destacava tanto no carro 67 que a gente esquece completamente do carro 20 e das atuações inconsistentes de Luca Fillipi e desastrosas de Ed Carpenter. Já na Rahal não tinha outro carro para estragar tudo, e já existem diversas hipóteses sobre o bom desempenho da equipe, nenhuma delas conclusiva. O fato de ninguém saber o motivo da Rahal estar na frente faz ela ser uma incógnita, algo típico de equipe média na Indycar.
Por que a SPM caiu tanto do ano passado pra esse, num era pra ela estar mais baixo?
Talvez sim. O ano de 2015 pra SPM foi uma tragédia sem precedentes. Primeiro a Honda entrega um carro com motor meia bomba, daí tem aquele acidente complicadíssimo com o prefeito James Hinchcliffe, daí vem aquela indecisão de quem fica coma vaga e ressuscitam Ryan Briscoe em detrimento de Conor Daly.
Apesar dessa tragicomédia, a equipe teve seus bons momentos, como NOLA, e nos ovais grandes, como Pocono e Fontana e, mesmo com James Jakes não correndo bem, a equipe se mostrou competente com as adversidades e merece ainda ser média, pois promete bastante para 2016.
E a KV foi a mesma gangorra de sempre: Bourdais sem dinheiro correndo super bem enquanto o piloto da vez que paga a conta vai mal sempre.
Highway to Hell (AJ Foyt Enterprises): A equipe que veio com dois carros dessa vez e cheia de promessas de crescimento, nada fez.
A Foyt vinha com tudo, agora que conseguia estrutura para dois carros, coisa que não acontecia desde que o mito AJ Foyt IV estava na equipe. Com o bom desempenho de 2013 e o mediano de 2014, a ABC Supply fomentou os carros gêmeos de Takuma Sato e Jack Hawksworth.
Talvez parte do mau desempenho geral esteja aí, a inconstância típica de Sato aliada a um ano pouco inspirado de Hawksworth e a falta de habilidade em ovais de ambos formou uma receita para o desastre da Foyt esse ano.
Mesmo com resultados ruins, a equipe não está mais no limbo da Indycar. Ela está melhorando, aumentando estrutura e, no ano que vem quem sabe os pilotos não cooperam mais para o sucesso da equipe.
Purgatório (Dale Coyne e Bryan Herta): A parte pobre da Indy.
Bryan Herta e Dale Coyne estiveram aliadas em sua extrema pobreza e acabaram desaparecendo no campeonato. Bem, desaparecendo entre aspas, pois o leilão de vagas e as bizarrices que surgiam por consequência desse leilão foram motivo de muitas notícias em sites que caçam cliques com notícias tipo a gente. Problemas de mais e resultados de menos foram a tônica da equipe de Dale Coyne.
Já a Bryan Herta era só pobre mesmo, vivendo dos subsídios que a categoria dá as equipes e mais a velha parceria da Bowers e Wilkins. O ano de Chaves até foi razoável, comparado ao equipamento que tinha em mãos.
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