Neozelandês da Ganassi, com estratégia perfeita de economia de combustível, vence a terceira prova no ano e conquista seu quarto título da IndyCar na carreira.

16 anos após vencer o título da CART, empatado em pontos com Dario Franchitti e vencendo pelo número de vitórias, Juan Pablo Montoya lidera a temporada inteira, vence a Indy 500, mas acaba perdendo o campeonato justamente da mesma maneira que venceu seu primeiro e único título da categoria, também pelo número de vitórias.


Dixon conquista seu quarto título na Indy. (Foto: IndyCar)

A corrida começou e as posições entre os líderes não mudaram. A não ser por Rahal, que tomou uma fechada discreta de Pagenaud, beneficiando Montoya e começou a perder posições já nas primeiras curvas, inclusive batendo as rodas com Dixon. Com isso, Rahal caiu de quinto para décimo.

Will Power vinha na liderança até alguns pilotos começarem a parar. Castroneves, lá atrás, já fez a sua parada logo na volta três, com a asa dianteira danificada. Jakes, Bourdais, Sato e mais alguns dos últimos colocados paravam também, para tentar alguma estratégia diferente.

Os líderes começaram a parar cedo, logo na volta 13, com Tony Kanaan. Power e Dixon pararam na 16, ficando na pista apenas Marco Andretti, Oriol Servià e Saavedra como os líderes.

Estes pararam na volta 22, usando o tanque de combustível até o final. A partir de então, os líderes do começo da prova voltavam à frente, com Power em primeiro, Newgarden, Dixon e Hunter-Reay. Montoya, bastante conservador, cozinhava o galo atrás de Hunter-Reay, numa posição bastante confortável para a conquista do título.

Até que na volta 33, a primeira bandeira amarela deu as caras em Sonoma. Luca Filippi teve problemas de ruindade câmbio e não conseguia engatar as marchas para fazer seu carro andar numa velocidade decente. Então o italiano foi se arrastando até os pits.

A direção da prova decidiu então aproveitar essa amarela para, além de agrupar o povo todo, limpar a pista dos inúmeros pedacinhos de borracha que tinha na pista, principalmente nos pontos de ultrapassagem, a fim de dar maior graça na corrida, que estava bem chata até o momento.

A relargada veio na volta 39 e Kanaan tomou a liderança de Servià. Enquanto isso, um pouco mais atrás, Newgarden passou Power, que traseirou, fazendo com que Montoya tocasse em sua traseira. Power estava lá, na contra-mão da pista e Montoya com o bico danificado. Tenho certeza que Roger Penske, nesse momento da corrida, ouviu a morte dizer “oi” em seu ombro, tamanho susto que tomou com essa barbeirada de seus pilotos postulantes à título.

Como resultado dessa cagalhopança, Montoya e Power foram lá para o fundão do grid. Portanto, tínhamos uma corrida!

A prova reiniciou na volta 43, com Dixon passando Chaves para ser o oitavo colocado. Rahal, reclamando muito de seu carro, brigava com Newgarden para décimo lugar.

Passada a metade da prova, Dixon veio silenciosamente escalando o grid, passando Sato para ser o quinto, enquanto Kanaan passava Saavedra para ser o líder da prova. Ganassis na frente, Penskes lá atrás. Foi aí que o campeonato começou a mudar de mãos.

Na volta 50, com a parada de Andretti, Saavedra e Servià, que vinham em estratégia diferente, Dixon assumiu o segundo lugar da prova, com Kanaan em primeiro. Enquanto isso, Kimball fazia o trabalho de escudeiro de Dixon e se jogava para superar Rahal, na quarta colocação.

Montoya escalava o grid lá pela volta 53. Era o décimo segundo após ultrapassar James Jakes, mas ainda estava bem atrás e com sérias chances de perder o título, já que Dixon estava entre os líderes.

Após Kanaan realizar a sua parada, o brasileiro voltou à frente justamente de Montoya e, a partir daí, vimos uma das melhores disputas da prova. Enquanto isso, Dixon vinha na liderança, com a sua tradicional tocada suave, à fim de poupar o máximo de combustível possível. E o mais impressionante, conseguindo abrir seis segundos de vantagem para Newgarden, então segundo colocado.

Com 25 voltas para o fim, Newgarden fazia a sua parada e, ao sair do pit, não conseguiu arrancar direito com o seu carro. De quebra ainda viu pequenas labaredas aparecerem na lateral e, com isso, comprometendo radicalmente a sua prova. Dixon e Rahal paravam logo em seguida, sem bandeira amarela.

Faltando 22 voltas, Montoya parou pela última vez e levou Kanaan junto. E Dixon, poupando combustível, já aparecia líder novamente, com Hunter-Reay em segundo.

Logo em seguida, apareceu a terceira bandeira amarela. James Jakes teve problemas em seu carro e rodou sozinho na entrada da chicane, batendo forte no muro e na barreira de pneus. Mais outra chance para Dixon economizar mais combustível.

Com a parada de vários pilotos, entre eles Montoya novamente, para completar o tanque com um pouco mais de combustível, Dixon tornava-se ali o campeão provisório, com 18 pontos de vantagem para o colombiano.

A relargada veio com 16 voltas pro fim. Coletti, foi aos pits e Power cedeu a posição facilmente para o seu companheiro, fazendo com que Montoya ganhasse assim duas posições logo na largada. Então em décimo, o colombiano precisava no mínimo do quinto lugar para sagrar-se campeão, uma que, com a vitória de Dixon e o maior número de voltas na liderança, o neozelandês empataria em número de pontos com Montoya, mas ficaria à sua frente devido ao número de vitórias. O mesmo motivo pelo qual Montoya venceu seu primeiro e único título na Indy, lá em 1999, pela CART. Que coisa né?!

Então Bourdais veio no harpin dos desesperados e tocou Rahal na traseira. Fim de prova – e de campeonato – para o americano, que ficou estacionado na zebra, mas conseguindo sair rapidamente e, portanto, não causar bandeira amarela. Bourdais, obviamente, foi punido com uma passagem pelos boxes, e também viu sua boa prova ir por água a baixo.

Bom para Montoya, que subia mais duas posições e, com seis voltas pro fim, vinha em sexto. Com Dixon em primeiro, Hunter-Reay em segundo, Kimball em terceiro, Kanaan em quarto e Briscoe em quinto.

Então Montoya acelerou tudo o que podia e não podia nas voltas finais para passar Briscoe e ficar com o título, porém, não conseguindo. Terceira vitória de Dixon no campeonato, num ano onde o neozelandês passou apagado, mas sempre ali em terceiro ou quarto, na briga pelo título, como sempre costuma ser.

Título esse que foi o quarto de Dixon na categoria: 2003, 2008, 2013 e 2015. Igualando-se ao seu ex-companheiro de equipe, Dario Franchitti, que perdeu em 1999 para Montoya justamente da mesma maneira que Dixon venceu hoje o colombiano. 

O mundo dá voltas mesmo.

Confira abaixo o resultado final da prova em Sonoma:


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