por Daniel Palermo.

Uma das coisas que aprendi cedo em minha vida é que não é possível agradar a gregos e a troianos ao mesmo tempo. Outra coisa que aprendi cedo também é que se tratando de Indy, você não agrada ninguém nunca.


Desde a unificação da IRL com a Champ Car em 2008, a direção da Indy tem tentado de alguma maneira sempre ouvir os fãs para saber o melhor caminho a seguir. Essa é uma atitude louvável, pois ouvir o consumidor é um grande passo para o sucesso, mas com a Indy tem sido um pouco diferente. Apesar de hoje a categoria estar reunificada, uma boa parte de seus fãs ainda estão divididos como na época de rivalidade entre as duas categorias e isso ainda traz algumas consequências atualmente.
Desista. Isso não volta mais. 

Nada do que a Indy tenta fazer de novo é bom para eles pois só querem saber das coisas antigas de suas amadas categorias. Se entra um carro novo, ele não presta simplesmente porque é feio e não é parecido com chassi x da categoria y. Se entra uma pista nova, ela não serve pois não tem tradição. Se é implementado um novo sistema de classificação, isso não vai dar certo porque não tem nada de parecido com o antigo. E esse mimimi todo acontece antes mesmo da ideia ser implantada pra sabermos se realmente vai ou não dar certo.

Tradição é legal? Para algumas pessoas sim, mas ela não paga as contas que chegam todos os meses no IMS. Tradição é importante para manter as glórias do passado vivas em nossas mentes? É, mas dificilmente atinge um novo público.

ECá entre nós, público novo é o que anda faltando para nossa amada categoria, já que em muitas das praças que a Indy passa durante o ano as arquibancadas não enchem.
Desista. Isso não volta mais.

E não é porque as coisas funcionaram durante 10, 20 ou 50 anos que vão continuar funcionando hoje em dia. O mundo muda e o que as pessoas buscam pra entretenimento também. Algo que era adorado em um passado recente ou não tão recente assim pode simplesmente não funcionar hoje em dia simplesmente porque não é o que as pessoas querem ver e com isso, elas acabam buscando outras opções que vão satisfazer suas necessidades.

Está na hora da direção da categoria parar de dar ouvidos para esses grupos de fãs e focar suas energias para construir uma categoria sólida com uma identidade própria para tentar atingir um público novo. Não podemos cair no mesmo erro de Bernie Ecclestone e esquecer que novos fãs são fundamentais para continuidade da Indy. A Indy precisa ser uma categoria atrativa para novas pessoas e não uma categoria que apenas tenta reviver boas coisas de suas antecessoras e não consegue.


Para conquistar um novo público essa mudança de postura é extremamente necessária. O passado deve ser algo para ser lembrado sempre como algo bom em nossas memórias, mas não pode nunca ser um fantasma sobre o presente. Que venham novas pistas, carros, equipes, pilotos e novos conceitos, pois o que mais precisamos atualmente é renovação.

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