Olá! (Mais uma) Nova série do Indy Center Brasil onde um de nós (dessa vez sou eu e meu texto cheio de parênteses, na semana que vem pode ser outro, quem sabe) avalia o fim de semana como um todo, e colocamos quem foi o melhor e o pior de cada fim de semana de corrida.
Isso foi o pior mas Dale Coyne nem é novidade.

Em alta

JR Hildebrand

Walldebrand teve seu passe desvalorizado em Indianápolis, muito pelos infortúnios que, indiretamente, o oval lhe trouxe. Em 2011, ele estava a meia milha da vitória, mas bateu e gerou a Indy 500 mais incrível do século; em 2013, bater no início da prova deixou a National Guard muito descontente, o piloto caiu fora da Panther (que veio a falir sem o patrocínio da National Guard) e nunca mais disputou uma temporada completa.

Depois de tudo isso, só Ed Carpenter acreditava no garoto, arrumou vaga pra ele nas duas 500 milhas seguintes, e na desse ano ele conseguiu a melhor posição da equipe nas 200 voltas. Ele está reconstruindo seu prestígio no grid e, quem sabe, ainda sobre uma vaguinha pra ele.

Ryan Briscoe

Tá feliz de voltar, Briscoe?
O australiano ninja, pois ninguém o nota enquanto ele corre, pilotou consideravelmente bem, só que ninguém notou novamente. 

O ex-promessa da Penske que não virou nada foi convocado de última hora para dirigir o carro #5 faltando apenas três dias pra Indy 500 e não fez feio, sendo o terceiro melhor Honda e tendo desempenho anos-luz melhor que seus companheiros de equipe.

Obviamente ninguém notou porque ele chegou na décima segunda posição, e porque poucas pessoas ligam pra ele mesmo.

Will Power

Daqui pra frente vocês vão achar a lista bem sem criatividade, pois os três mais bem cotados são os três primeiros no resultado final. O outro australiano que interessa (já que ninguém liga pra James Davison) espantou qualquer resquício de dúvida sobre ele em ovais, caso ninguém tivesse notado que ele venceu as duas últimas corridas nesse tipo de circuito antes da Indy 500.

Mas não se confundam, ele continua sendo um cara habilidoso, rápido e burro, capaz de simplesmente jogar toda a estratégia fora num toque onde seja necessário reparar a asa ou numa punição ou simplesmente gastando muito o equipamento pra subir de nono para oitavo colocado. Acontece que, junto de um grande trabalho pra minimizar esses defeitos nos ovais, veio um carro onde cada vez menos deve se preocupar com essas coisas. Parabéns duplo ao piloto que, além de buscar melhorar seu desempenho, entrou na categoria na hora certa.

Charlie Kimball

Como as pessoas não percebem essa carro horroroso liderando?
O insulina boy sempre foi o relegado da Ganassi. Sempre que citam a equipe, relevam o Kimball (e o Briscoe, quando esse também estava na Ganassi) mas consideram até Sage Karam.

Ele tem o estigma de ser o mediano esforçado, as pessoas parecem tê-lo notado mais nessa Indy 500. A bordo de seu carro de pintura horrorosa, mergulhado num azul indefinido misturado com verde água, começou a ser notado quando saiu da sua irrelevante 14ª posição no grid pro sétimo lugar, a frente dos Honda. Kimball chamou as atenções quando ele se materializou na primeira posição faltando apenas quarenta voltas pro fim, ficou quase o temo todo no pelotão da frente, se aproveitou da Batida do Tony, da queda de desempenho de Hélio e do erro de Dixon pra terminar no terceiro lugar mais inusitado desde 2011.

JP Montoya

Ninguém está com o passe mais valorizado do que el gordito. Não que já não estivesse valorizado antes, com a primeira vitória em misto e a liderança do campeonato, mas vencer a Indy 500 quinze anos da sua última vitória fez saltar aos olhos de todos.

Ele fez uma ótima corrida. Teve problemas logo no início e teve que fazer duas paradas logo de cara, mas se recuperou com habilidade e o equipamento no estado da arte que tem, e pouco depois da metade já figurava nas cabeças novamente. Numa Indy 500 que primava pela habilidade, ele se sobressaiu com uma passagem sobre o Dixon usando a grama e assumiu a ponta faltando quatro voltas. Talvez a coisa mais contestável seja seu zigue-zague no fim da prova, mas ele venceu e sua equipe embolsou US$ 2,4 M (sem desconto de impostos).

Agora há um clima de já ganhou em muitos torcedores do maior colombiano que já passou pela Indy, mas ele está apenas a 20 pontos de um habilidoso Power, 50 pontos de um Constante Dixon e Tony e Pagenaud nem mostraram o que podem fazer ainda. Isso não tá nem perto de acabar.



Em Baixa

 Conor Daly e Sage Karam
Ejaculação precoce
Acabar sua 500 milhas sem dar uma volta sequer na corrida é complicado, ainda mais quando se é bem novo e está sedento pra mostrar algo; pois você vai lá, consegue uma vaga, anda com o carro por centenas de milhas, se qualifica num treino classificatório pra lá de confuso, pra ter minar seu mês assim.

Mas pros dois isso é mais duro, pois ambos estão desesperados. 

Daly fica circundando a categoria como mosca nos doces da padaria, onde qualquer chance de correr pagando o menos possível ele abraça; isso porque o americano possui os contatos e é conhecido em todo o padoque, mas não tem dinheiro pra bancar uma vaga, e isso é fatal em uma Indy cada vez mais cara.

E Karam tá com sua estima mais baixa que não sei o quê. Entrou com grandes expectativas, principalmente com o auê foi feito em 2013, quando o então campeão da Indy Lights ficaria sem vaga e foi contratado como uma espécie de piloto-aprendiz da Ganassi. Mas depois que entrou pra equipe, nada fez, e sua vaga (que é bem prestigiada por aí) sofre ameaças já em 2015, com uma Ganassi sem tanto dinheiro (ou disposição de gastar tanto) que vende o carro de sua equipe que não se paga.  O risco da novela Vauiter acontecer é alta só que numa equipe de verdade agora.

Qualificação

Foi a pior que acompanhei em anos. A chuva fez o sinal vermelho se acender e o treino cancelado, e uma batida no domingo de manhã fez o sinal vermelho se acender na cabeça dos pilotos e equipes, que foram reclamar com a INDYCAR, que foi reclamar com as montadoras e, junto com elas e com as equipes tomar medidas ara evitar voos.

Não reclamo disso e digo mais, ainda bem que choveu, pois senão Carpenter não teria batido e medidas não seriam tomadas (junto com essas medidas ficou meio claro que o problema não é de aerokit, ou seja, não é das montadoras, e que a velocidade e pressão aerodinâmica eram cruciais pras decolagens), mas sim do que se tornou a qualificação depois disso. 

Uma tentativa pra cada um, sem Pole Day e menos de uma hora de Bump Day. Estarnder a qualificação pra segunda-feira e, posteriormente, estender o tempo de treino livre durante a ultima semana, era tão inviável assim a ponto de nos brochar completamente no dia 18?

Hélio Castroneves

Helinho se explicando.
Essa é a cota baixa mais injusta. 

Hélio não foi mal nesse ano na Indy 500. Fez ótimos tempos e se mostrou combativo nos treinos livres.e se fosse um sistema de qualificação com mais de uma tentativa a primeira fila era certa para o brasileiro.  Na corrida começou muito bem e esteve no pelotão da frente toda a primeira metade da prova, mas o ajuste para a segunda metade da prova (ideal pra temperaturas um pouco menores e mais vento) não funcionou e, numa prova onde não se teve estratégia, ele caiu pra trás. 

Terminou num sétimo lugar honroso e que o mantém na briga pelo campeonato, mas nada disso importa. Ele não venceu dessa vez então 70% das pessoas que assistem Indy no Brasil o odeia ou o desprezam.

Só pra deixar bem claro: não faço parte dessa turma. Creio que pelo que ele fez e o que ainda faz na pista merce e muito continuar correndo e, para mim, beira a insanidade pedir tão insistentemente que o vice-campeão dos últimos dois anos se aposente.

Honda
Sua situação está ruim quando Graham Rahal é seu melhor piloto.
O único trunfo que a Honda talvez pudesse ter caiu por água abaixo. O kit de oval se mostrou abaixo do de sua concorrente direta, assim como seu kit de misto e seu motor. 

Quem vê a Andretti, a SPM e até a Foyt e a Bryan Herta tão atrás pode ter certeza que tudo isso influencia fortemente no desempenho delas e as puxa pra baixo.

Apenas dois pilotos entre os dez primeiros, tanto na Indy 500 quanto no campeonato. Acho que não preciso descrever mais.

Os cavaleiros do apocalipse

Zero mortes, zero voos, nenhum acidente grave, nenhuma amputação. Depois da corrida, a mídia (especializada ou não) ficou sem assunto e com a cara xoxa. foi um dia de derrota pra eles.

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