Olá, amigos! Este é mais um capítulo da série “500 do
Brasil”, onde falamos sobre os brasileiros que beberam leite, usaram a coroa de
louros e tiveram todas as honrarias que Indianápolis pode oferecer. Falaremos
agora de um dos mais emocionantes: a terceira vitória de Helio Castroneves.
Enquanto isso, a IRL (ou IndyCar Series, já que ela
conseguira recuperar os direitos do nome em 2003) ia, por assim dizer, bem:
começou a correr em mistos, possuía um grid razoavelmente bom e, se não dava
lucro, pelo menos não tinha prejuízo também. Destaque para a queridinha da
mídia, Danica Patrick, e para Helio Castroneves, que, em 2007, venceu a versão
americana da “Dança dos Famosos”.
Pois bem, no fim de 2007, foi anunciada a compra dos títulos
da Champ Car World Series pela Indy Racing League, o que ocasionou numa “fusão”
das duas categorias. Voltou a ser o que era em 1995, quando tudo ainda estava
bem? Não. Mas o fato é que agora só haveria uma categoria de monopostos, e não
duas.
Poucas equipes decidiram não migrar, entre elas a Forsythe.
Outras, como a Walker, encerraram após a temporada. Foi pela Walker que
conhecemos o australiano Will Power, que havia feito uma temporada decente de
2008, mas ficaria sem vaga para o ano seguinte.
A vaga apareceria, mas de uma maneira bem dramática.
No fim de 2008, Helio Castroneves, junto de sua irmã
Katiucia, foi acusado de sonegar US$ 5,5 milhões do fisco americano, além de
fraude fiscal e evasão de divisas. Ele chegou a ser preso, e poderia passar 35
anos preso caso fosse julgado como culpado. Ou seja, correr em 2009 era a menor
das preocupações do brasileiro.
Roger Penske estava ciente da situação do brasileiro e o
apoiou no que pôde. Enquanto isso, foi Will Power quem correu no carro #3 e foi
o companheiro de Ryan Briscoe no início da temporada, em St. Petesburg.
Will Power como Helio |
Para Helio, a temporada iniciou em 16 de abril, na corte de
Miami, com o julgamento. Para seu alívio, a decisão foi unânime. E ele, que
pagara fiança para responder em liberdade, podia focar sua mente em outras
coisas, tipo... correr.
Helio e Katiucia estavam, enfim, livres |
O brasileiro cruzou o país e foi parar em Long Beach, pois
haveria prova dois dias depois. Ele voltou a seu habitat natural, o carro #3 da
Penske. E Will Power? Pois bem, o Capitão resolveu dar um carro a ele, o #12,
com patrocínio da empresa de telefonia Verizon. Não decepcionou: terminou em
segundo.
Will Power, como Will Power |
Mas estamos falando de Castroneves e, quando chegou maio,
ele provou estar com apetite. Faturou a pole da Indy 500, com média de 224,8
mph (362 km/h), tendo a seu lado o companheiro de equipe Ryan Briscoe e Dario
Franchitti, da Chip Ganassi. Tony Kanaan sairia em sexto, Mario Moraes (neto do
empresário Antonio Ermírio de Moraes, e que corria na KV) em sétimo, Raphael
Matos (da Luczo/Dragon, equipe do filho de Roger Penske) em 12º e Vitor Meira,
da A. J. Foyt, em 14º. Bruno Junqueira, que corria na Conquest, chegou a se qualificar
em quinto, mas o dono da equipe preferiu colocar Alex Tagliani para correr em
seu lugar.
Infelizmente não seria a única vez que Junqueira cederia seu carro... né seu Foyt? Né seu Hunter-Reay? |
Na volta 20, mais amarela: Ryan Hunter-Reay, que corria de
Vision (a equipe de Tony George, CEO de Indianápolis) bateu na saída da curva
quatro. Na relargada, Briscoe passou o escocês, enquanto que Scott Dixon
ultrapassava Castroneves. Mas, ao longo da primeira metade da corrida, a
disputa era entre as duas Ganassi e o carro #3 do brasileiro.
Após uma série de batida de ex-pilotos da Champ Car, como
Justin Wilson, Robert Doornbos e Nelson Phillipe – mais especificamente sobre
este último -, ocorreu o lance essencial da corrida. No pit, o mecânico de
Franchitti teve dificuldades no abastecimento, e saiu da briga. Na relargada,
Dixon nada pode fazer para impedir Castroneves de passá-lo e assumir a ponta.
Mais para o fim, na volta 173, uma batida entre os
brasileiros Raphael Matos e Vitor Meira preocupou os espectadores. Ambos foram
levados para o hospital com ferimentos leves.
E, no crepúsculo da prova, Dan Wheldon e Danica Patrick
tentavam alcançar os Penske, mas Briscoe fez bem seu trabalho e protegeu
Helinho, fazendo com que a terceira Indy 500 do brasileiro tivesse um sabor
mais que especial.
No domingo, o último episódio de nossa série. Será? Aguarde!
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