Olá pessoas! Como algumas notícias estão previstas para chegar apenas no fim dessa semana, como o lançamento do campeonato oficial, nós vamos entretê-lo com algumas curiosidades do passado. Will Power é o cara da Indy no momento, certo?  Com seu histórico incrível de vencer um quarto das corridas das últimas cinco temporadas, ele finalmente venceu o campeonato só em 2014, porém, a Indy já viu aproveitamentos bem melhores do que esse de Power nos mais de cem anos de história. 

Alguns exemplos são Mario Andretti, que venceu 9 corridas nas 24 largadas que fez em 1969, seu filho Michael, que faturou 8 das 17 provas do campeonato de 1991, Al Unser Jr., que conseguiu a vitória em metade das 16 corridas de 1994, e por fim, AJ Foyt, que teve um fantástico ano em 1964.

Há exatos 50 anos atrás, comemorados na semana passada, o 'Super Tex' venceu 10 das 13 provas do campeonato oficial da USAC, mais cinco provas de demonstração, três da categoria de stock-car da USAC e a Firecracker 400 da Nascar em Daytona. Tudo em um único ano! "Foi ótimo!", disse ele, quando o especialista da Racer Magazine em Indy, Robin Miller, foi visitá-lo em sua fazenda no Texas, após descer de seu trator. 

"Obviamente foi um ano incrível. George [Bignotti, engenheiro] e eu estávamos realmente no topo. Foi o campeonato mais agradável pra mim porque ainda podíamos correr tanto no pavimento quanto na terra." Lembrando que 1970 foi o último ano em que a Indy correu em ovais de terra. Em 1964, foram cinco no total: Langhorne, DuQuoin, Springfield, Indianapolis e Sacramento. AJ venceu em todas.

Aliás, aquela época de 1964 foi a revolução dos carros de motor traseiro. Um pouco antes, apenas carros com motor dianteiro dominavam as corridas (muitos construídos pelo famoso AJ Watson, que morreu este ano). Só que houve uma reviravolta entre a posição dos motores que marcou o mundo do automobilismo.

Com os rivais Rodger Ward indo para os motores traseiro desenhados por AJ Watson e Parnelli Jones saindo de seu Ol' Calhoun de motor dianteiro para um Lotus-Ford, parecido com que Jim Clark venceu a Indy 500 dois anos depois, mais Bobby Marshman já com um Lotus-Ford desde 1963, Foyt e Bignotti tiveram que ficar um um mero Sheraton Thompson Special de motor dianteiro na maior parte do ano.

Só que a transição dos motores deixava uma incógnita de saber quem se dava melhor em que tipo de carro. AJ batizou o recém construído Phoenix International Raceway com uma vitória em cima de Roger McCluskey, piloto da casa e atual campeão, e conseguiu duas seguidas em Trenton em cima de Jim Hurtubise, que sofreu sérias queimaduras em Milwaukee naquele ano, mas não desistiu e continuou correndo mesmo assim. 

Na Indy 500, ele testou um chassi Halibrand de motor traseiro, mas optou por ficar com seu carro e venceu fácil a Indy 500 em cima de Jim Clark, Marshman e PJ, todos com carros de motor traseiro. Era o talento ou o tipo de motor falando mais alto?

Na quarta corrida do ano, AJ ainda deu uma volta em cima de todos os pilotos em Milwaukee e conseguiu sua vitória. Em Langhorne, no último ano em que o oval era de terra, passou por cima de Don Branson e Marshman (não literalmente) e conseguiu o feito incrível de cinco vitórias seguidas!

Voltando para Trenton, ele pegou a bandeira quadriculada duas voltas à frente de Branson e em Springfield, saiu de 16º para a sétima vitória seguida em cima de novo de Branson e Marshman. Foram sete vitórias nas primeiras sete corridas! E poderia ter sido mais!

Poderia, porque na próxima corrida, de novo em Milwaukee, a Ford trouxe seu Lotus de motor traseiro para AJ e ele resolveu pilotá-lo, só que seu cambio estragou (na época a chance de acontecer algum problema no carro era muito grande), e Parnelli Jones quebrou seu aproveitamento absoluto de vitórias colocando outro Lotus no 'victory lane'. "Droga de cambio", lembrou Foyt.

Mas isso não abalou o seu ritmo. Ele venceu pela oitava vez no campeonato em DuQuoin e pela nona vez no Hoosier Hundred, etapa do oval de terra de Indianapolis. Na época, essa era a corrida que dava mais dinheiro depois da Indy 500. Faltando três para o campeonato acabar, AJ esteve em segundo durante boa parte da corrida em Trenton, mas seu carro o deixou novamente na mão.

Na penúltima prova, em Sacramento, Jones e AJ brigavam intensamente pela liderança da prova no oval de terra, e novamente o texano quatro vezes campeão de Indianapolis levou a melhor. Por último eles voltaram a Phoenix, onde ele poderia ter fechado o campeonato com chave de ouro, mas pela terceira vez, ele não conseguiu completar a prova. "Anne [Fornoro, publicitário de Foyt] disse que eu rodei, mas não lembro de ter rodado. Se aconteceu, tenho certeza que foi algo que quebrou."

Pra fechar os números desse fantástico campeonato, AJ venceu todas as provas em que terminou. Com esse domínio todo, o número de inscritos nas corridas diminuiu consideravelmente. Algumas provas contaram apenas com 18 carros, mas depois o número voltou a crescer novamente. "A gente tinha realmente algo com aqueles carros engraçados."

E o post do campeonato fantástico de AJ Foyt em 1964 termina por aqui, mas logo logo a gente volta com mais do baú da Indy e suas histórias ao longo de cem anos!



Fontes e fotos: Racer Magazine

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