A grande final da Indy em Fontana pode ser resumida em poucas frases bem controversas. "Venceu quem merecia o título faz tempo", "corrida chata", "Helio jogou o título fora" e "não deu pro Helio, mas pelo menos um brasileiro venceu a corrida" são algumas delas que o carinha que escreve esse texto ouviu logo após a bandeira quadriculada, mas faço das minhas palavras, as palavras de Nivaldo Prieto: "Ser vice quatro vezes não deve ser considerado algo ruim."
Não há muito o que falar de Fontana, apenas que ela teve 160 voltas em bandeira verde, que Ryan Hunter-Reay provocou a única bandeira amarela da prova e que Tony ganhou finalmente sua primeira e única corrida da temporada, algo que ele merecia faz tempo, assim como o título de Power.
"Venceu quem merecia o título faz tempo". Verdade. Will Power dominou os mistos em 2010 e 2012, mas deixou a desejar nos ovais. Muitos diziam que naquela época, Power não era um piloto completo digno de vencer um campeonato, pois para vencer na Indy, é preciso se dar bem tanto em mistos e circuitos de rua, quanto nos ovais. O australiano ainda não estava preparado, mas chegou perto várias vezes. Quando venceu na mesma pista em que conquistou o título desse ano, ele provou que já manjava dos ovais, e por isso, vinha com tudo no ano seguinte.
"Corrida chata". Há controvérsias, mas sou obrigado a concordar com quem disse essa frase. Para uma categoria que necessita de público, uma corrida de 160 voltas em bandeira verde numa pista onde existem trocentas possibilidades de traçado não ajuda muito. Correr no calor de agosto também não ajuda, mas daí entrarei num outro tópico. O que quero dizer é que ela precisa rever alguma coisa. O que rever? Não sei. Talvez, com os aerokits novos, o estilo de corridas mude. Apenas espero que a Indy não continue sendo uma Nascar em circuitos como esse. Até os que assistem vão concordar comigo.
"Helio jogou o título fora". Essa frase veio logo após Helio ser penalizado com um drive-through por ter violado os limites da entrada dos boxes. O brasileiro quis entrar rápido para não perder tempo, porém, com os pneus gastos e seus freios frios, segundo ele próprio, ele acabou passando da velocidade ideal de entrada e violou os limites da pista. Com a penalização, acabaram-se as chances de título.
Suas atitudes em outras corridas do campeonato enfatizaram ainda mais o poder dessa frase. Helio se envolveu em três incidentes só em Sonoma, penúltima etapa do campeonato. Se em Fontana não valessem pontos corridos, Power já seria campeão há uma semana. Porém, não vamos julgar o brasileiro. A pressão de ser vice tantas vezes pode estar influenciando em suas atitudes. Não posso julgar nada como sendo verdade. Nem os fãs.
"Não deu pro Helio, mas pelo menos um brasileiro venceu a corrida". É dessa forma que todos os brasileiros deveriam pensar. Tony bateu na trave umas cinco vezes só nessa temporada, e finalmente ele venceu, justo dias depois de saber que vai ser pai. Devemos ficar tristes só porque o Helio não levou o caneco? Pensemos pelo lado bom...
Por último, não é porque Helio está desde 1998 na Indy, e desde 2000 numa equipe grande sem nenhum campeonato no currículo, que devemos julgá-lo de piloto ruim, como aconteceu como num outro caso em uma categoria européia. Helio Castroneves é tricampeão de Indianapolis e um dos pilotos mais populares dos Estados Unidos. Aliás, não só dos Estados Unidos, como do mundo todo. Desmerecer um vice-campeonato é como não dar créditos para quem foi o segundo melhor de todos que estavam ali. "Ser vice quatro vezes não deve ser considerado algo ruim".
No mais, foi uma ótima temporada, com corridas excelentes. Diria até melhores que no tempo da mítica CART. 2015 está logo ali, com aerokits, pistas novas e muitas novidades, e o Indy Center Brasil estará cobrindo tudo o que acontece no mundo da Indy até lá!
Antes, confira a classificação final da corrida:
E os melhores momentos:
(em breve!)
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