Olá pessoas, mais uma sessão de Indy Center Brasil! Essa sessão vai aparecer de vez em nunca, para comentar um pouco mais sobre as chances de cada um tem de ganhar o campeonato.
"Todo mundo quer essa taça, mas poucos podem tê-la". DESCONHECIDO, Autor
Eu poderia fazer isso do modo tradicional e dissertar um pouco sobre o que cada um fez no campeonato para determinar quem tem que  ganhar o campeonato por meritocracia (ou seja, eu cagaria um monte de regra), ou poderia bancar o matemático e calcular as chances de cada um dos pilotos que disputam o campeonato.

Mas a verdade é que eu não sou bom em nenhum dos dois métodos: eu tendo a ser meio rígido com pilotos e, muito provavelmente, eu chegaria a conclusão que todos eles não mereceriam ganhar o campeonato (e você chegaria a conclusão que eu sou um idiota) e também não sou um expert em matemática e probabilidade (passei nos cálculos da minha faculdade apenas na segunda ou terceira tentativa).

Então, decidi misturar as duas coisas do modo mais bizarro possível: imaginando que cada piloto que tem chances de ganhar o campeonato estivesse muito desesperado pra ganhar, e fosse a um desses lugares que pessoas desesperadas vão para consegui-las, fazendo coisas em troca (terreiros de pai-de-santo, igrejas, cemitérios, consultórios de advocacia e afins).

Com isso, imaginei qual o trabalho que cada piloto teria que fazer para ganhar o campeonato. É bizarro e espero desesperadamente que isso seja divertido e informativo para quem leia. A INDYCAR, pra tentar facilitar a vida das pessoas, produziu uma tabela que marca quantos pontos cada um pode fazer, acabei usando ela como base para meus cálculos (e precisei calcular quase nada). Então vamos lá:

Qualquer Piloto não citado abaixo: Entrar em contato com o advogado do Fluminense.


Os pilotos citados aqui já não possuem meios desportivos de ganharem o campeonato, pois eles estão a mais de 104 pontos do líder, Will Power. O troféu já saiu das mãos deles nas pistas, então a única forma de consegui-lo seria por meios fora da pista.  Mas entrar na justiça contra a Indycar é coisa complicada, e muito difícil de se ganhar (Jon Barnes que o diga), então suas chances continuam tendendo a zero.

Scott Dixon (-103) e Ryan Hunter-Reay (-92): Vender sua alma para (insira sua entidade mais maligna aqui) em troca da morte de Will Power.


Dixon e Hunter-Reay só tem uma chance de serem campeões: Will Power tem que morrer não largar em Fontana pois, na realidade, não são 104 pontos que estão em disputa.  O máximo de pontos que alguém pode fazer em uma prova de 500 milhas é 104 pontos (100 do primeiro lugar +1 da pole +1 de liderar uma volta +2 de liderar o maior número de voltas), entretanto, o último colocado também marca pontos (16, se largarem 22 carros mesmo).

"Já era pra nós..."
Entretanto, a situação de Dixon é a pior. Ele precisa fazer o máximo de pontos (já que, se ele descontar "só"
103 pontos, empataria com Power no número de vitórias, mas perderia no número de segundos lugares) e torcer para Will Power nem sequer dar uma volta em treino livre, pois quem participa de treinos livres mas não larga a prova marca a metade dos pontos do último colocado +1 (vide Paul Dana em 2006).

Então, Hunter-Reay tem um dia a mais para rezar para Power morrer não largar. Power pode fazer os treinos livres, mas se largar o campeonato dele já era. 

Mesmo que Power realmente não largue, as chances de ganhar ainda não são tão boas, pois eles tem que torcer para o Hélio se dar mal e brigar bastante com o Pagenaud. Eu dissertaria mais sobre isso, mas essa parte já está longa o suficiente pra quem quase não tem chances.

Simon Pagenaud (-81): Despachos nivel Hard, daqueles que precisam de sacrifícios de animais e um pedaço de cabelo do Will Power.

Vou ser terceiro pela terceira vez seguida?
Pagenaud tem uma tarefa Hercúlea pela frente. Ele precisaria Vencer a prova e torcer pro Will Power chegar para trás do décimo oitavo lugar. Dependendo da bonificação que Pagenaud conseguir, o atual líder do campeonato pode chegar em posições diferentes: caso consiga 104 pontos, Power pra trás do 18º lugar; 102 e 103 pontos, Power pra trás do 19º lugar; e 100 e 101 pontos, Power pra trás de vigésimo.

Conseguindo isso, ainda teria que brigar bastante com o segundo colocado, ele está a trinta pontos dele. Talvez o único ponto a favor de Pagenaud seja o dom dos dois primeiros colocados (e da Penske, por consequência) em perder campeonatos.

Valendo-se do retrospecto do francês, que não costuma andar tão bem em 500 milhas (os melhores resultados são em Pocono, com dois sextos lugares), parece mais fácil ele disputar o segundo lugar do campeonato com:

Hélio Castroneves (-51): Contratar um hipnotizador para fazer regressão de vida do Will Power, pra voltar a  ser aquele piloto ruim de ovais.



A situação de Hélio não é nada fácil. Recuperar 51 pontos é difícil mesmo em provas de 500 milhas mas, ao contrário das situações já vistas até aqui, é possível. Acompanhemos (as posições de chegada de Power derivam por causa dos pontos extras):
Procurava até hojeuma oportunidade pra colocar essa foto no blog

Hélio 1º: Power 7º~8º
Hélio 2º: Power 14º~16º
Hélio 3º: Power 19º~21º
Hélio 4º (mais TODOS os pontos extras): Power 22º. 

Difícil, contudo possível.

Outro ponto que pesa contra o brasileiro é seu retrospecto em Fontana (onde nunca ficou em posição melhor que um quinto lugar em nove vezes que correu lá) e seu retrospecto em últimas corridas (onde não consegue uma das posições sugeridas acima nos último seis anos). Para o brasileiro superar esse estigma de nunca ter ganho um campeonato da Indycar em 16 anos (17 se não ganhar esse ano), sendo que só dois desses anos não correndo de Penske, ele deve corre com tudo o que tem em Fontana.

Will Power: Colocar um galho de Arruda atrás da orelha e uma ou outra reza anti-mal olhado.

Vou brigar por esse campeonato
O australiano volta a ter chances de vencer o campeonato, como aconteceu de 2010 a 2012, e novamente está com a faca e o queijo na mão. As combinações que devem acontecer para ele perder esse título já estão expostas acima, e o piloto se chegar na sexta posição já é campeão sem depender de Hélio nem ninguém.

O piloto já chegou em situação semelhante outras vezes. 

Aquilo estava quebrado
Em 2010, Power tinha doze pontos de vantagem para Franchitti para a Cafes do Brasil Indy 300, não é uma vantagem grande, mas o suficiente para correr tranquilo, mas o australiano acabou se envolvendo em um acidente sozinho(!!), a Penske correu pra arrumar o carro colocando silver tape e um monte de partes sobressalentes, mas o piloto terminou em 25º lugar e perdeu o título.

E tome silver tape.
2011, faltavam duas provas e Power tinha onze pontos de diferença pra Franchitti. Na penúltima prova em Kentucky, Power largou na pole, andava muito bem e mostrava que, dessa vez, não ia pipocar. Mas Bia Figueiredo estava no caminho, e acertou o australiano quando esse entrava nos boxes (aliás, entrar nos boxes estava particularmente difícil naquela prova). O carro de Power ficou levemente danificado, a equipe usou mais silver tape no carro dele e ele ainda conseguiu voltar na mesma volta do líder, mas terminou num péssimo 19º lugar, enquanto Franchitti brigou pela vitória com Carpenter, mas acabou perdendo e completou em segundo. A última prova era Las Vegas, e todos sabem o que aconteceu. Com a prova cancelada, Franchitti foi campeão. 

A de 2012 foi a mais icônica: Power tinha 17 pontos de diferença para Ryan Hunter-Reay em Fontana. Diferença é mais do que suficiente para ele apenas andar razoavelmente bem e ser campeão, mas obviamente isso não aconteceu e Will Power bateu sozinho (não tinha Bia Figueiredo nem nada) na volta 56. Mais correria, silver tape e afins, mas dessa vez o carro andou só mais dez voltas e Power abandonou, com Hunter-Reay chegando em quarto e se sagrando campeão.

Dessa vez num deu pra Silver Tape
Por que esse ano seria diferente? 

Bem, o piloto parece muito mais aclimatado a ovais, inclusive venceu a corrida em Fontana no ano passado e talz, ele também parece estar em fase melhor que Hélio.

Mas o campeonato está completamente aberto, e Fontana é uma caixa de surpresas. Na última corrida lá, apenas nove carros completaram a prova, e numa dessas o próprio Power pode abandonar a abrir chance para os outros. Nada está decidido, mas o australiano tem a faca e o queijo na mão.

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