Olá pessoas! Este é o primeiro dossiê Lights, textos meus
(ou não) um pouco mais longos, que detalha mais sobre essa categoria que poucos
assistem e muitos acham que sabem sobre.
Esses artigos são chamados de dossiês e não de resumos porque sou uma
pessoa bastante prolixa e gosto de colocar várias fotos e vídeos do assunto
abordado, com isso cada um fica parecendo realmente um dossiê. De antemão peço para que os leitores tenham paciência
com meus artigos, e que, de preferência, carregue os vídeos aqui linkados antes
de começar a ler (nesse num tem, mas no próximo é certeza de ter).
A imagem mais vista sobre a Indy Lights em 2013 |
Nesse primeiro dossiê, tomaremos como assunto o ano de 2013
da Firestone Indy Lights. Muitos viram a
chegada em Indianápolis com quatro carros lado a lado (o chamado 4-wide),
alguns viram uma ou outra coisa por aí, mas pouquíssimos acompanharam realmente
a categoria,e eu fui um deles.
Mas antes, vamos descrever rapidamente o que é essa tal de
Indy Lights.
A Indy Lights é a categoria de base principal da Indy. Foi criada em 1986, e nos anos 2000 viveu
seus temos áureos, com grid cheio de carros de várias equipes e grandes
pilotos. Mas após perder patrocinador
principal e fornecedora oficial de motores, a categoria passa por época de
vacas magras, com poucas equipes e pilotos.
Freedom 100 de 2008, com 27 carros. |
2013 não foi um ano muito diferente, apenas oito pilotos
fizeram mais de dez corridas na temporada toda da Lights (prefiro me referir
assim a ela) e a categoria utilizou pelo décimo segundo ano seguidoos velhos
chassis Dallara-IP2 impulsionado por motores infiniti manufaturados pela
própria categoria. As principais equipes da mirrada categoria são a Andretti
Autosport e a Sam Schmidt Motorsports, poderosas por serem extensões das
equipes que competem na Indycar. Além delas apenas a Belardi Racing e a Team
Moore competiram toda a temporada, e a Bryan Herta Autosport, Jeffery Mark
Motorsports, Mattew Di Leo Racing e a Pabst Racing competiram em uma ou outra
(às vezes uma, literalmente).
Nesse ano foram realizadas doze provas, quatro em ovais,
três em autódromo e cinco em circuitos de rua.
Todas as provas tem duração próxima a quarenta minutos, fazendo com que
não sejam necessárias paradas nos boxes; e são realizadas nos sábados do mesmos
fins de semana que a Indycar, servindo de evento preliminar à categoria maior.
Em se tratando de pilotos, como dito acima, apenas oito
pilotos fizeram a temporada completa (ou quase), três pela Sam Schmidt, dois
pela Andretti, dois pela Belardi e um pela Moore. Além delas pintaram na categoria pilotos com
um certo nome no automobilismo de base, com o veteraníssimo da GP2 Giancarlo
Serenelli, da GP3 vieram os pilotos Conor Daly e Ethan Ringel e o bicampeão da
USA National Midgets KyleO’Gara; também fizeram provas esporádicas as promessas
Mattew di Leo e Dalton Kellet, e as nem tão promessas assim Vitor Carbone, Mikäel Grenier, Jimmy Simpson, Chase Austin e Axcill Jeferries. Muitos coadjuvantes estiveram em algum
momento na Lights e sem eles o grid das corridas estaria ainda mais vazio.
Os nove carros que largaram em Pocono esse ano. |
Agora, vamos nos focar aos pilotos principais e vamos fazer
isso por ordem de equipe, porque sim.
Na Andretti correriam um veterano, Carlos Muñoz e um novato,
Zach Veach. Após conseguir duas vitórias
e cinco pódios em sua temporada de estreia, Carlos permaneceria na Andretti, e
com isso ele seria um dos poucos que continuaria no certame em 2013, e sendo
promovido automaticamente a um dos favoritos para a conquista do campeonato.
Já
seu companheiro ascenderia à principal categoria de acesso depois de um ano não
lá muito bom na Pro Mazda (até então chamada de Star Mazda), onde ficou em
décimo lugar conquistando apenas um pódio. Sua subida pra Lights com apenas 18
anos se deve à grande ajuda de Dave Fischer (pai de Sarah Fischer) e Michael
Andretti, além de alguns bons patrocinadores.
Mas o mais interessante do piloto é sua vida fora das pistas, pois além
de já ter escrito um livro para jovens que desejam se tornar atletas o jovem
faz parte de algumas organizações não-governamentais focadas em direção segura,
empreendedorismo jovem e políticas contra o cyberbullying.
Enquanto Carlos Munoz (à direita) já parece se encaminhar pros trinta anos, |
A rival SSM daria continuidade a seu estranhíssimo programa de promoção de talentos e apostaria alto nos pilotos recém saídos da Star
Mazda, contratando Jack Hawksworth, Gabby Chaves e Sage Karam, respectivamente
o líder, segundo e terceiro colocados da categoria logo abaixo em 2012. Juntos a esquadra acumulava mais de 75% das
vitórias e mais de trinta pódios, e tinha tudo para exercer grande domínio
também em 2013, já que a equipe SSM é famosa por fazer grandes campeonatos na
Lights e os últimos quatro campeões da categoria saíram de sua estrutura.
As maiores expectativas estavam em cima principalmente de
Jack, que exerceu domínio tão grande no campeonato a ponto de ficar com o
título sem disputar a última etapa; entretanto, o piloto mostrava que ovais são
seu calcanhar de Aquiles, onde foi relativamente mal nas duas únicas etapas que
disputou nesse tipo de circuito. Já
Gabby Chaves, apesar de menor idade, já apresentava grande amadurecimento por
já ter disputado GP3 (sem muito sucesso) e apresentar um campeonato bastante
regular e consistente em 2012, onde acumulou dez pódios e completou todas as
corridas no top 10 da categoria. Por fim
Sage, natural de Nazareth e o mais jovem dos três, subiria em sua carreira de
uma forma tão meteórica quando Zach Veach, entretanto, com resultados bem mais
sólidos do que o concorrente da Andretti e se mostrando ser um piloto bem mais
promissor.
O trio vencedor da Sam Schmidt |
A Belardi, equipe que em seus campeonatos sempre figurou
atrás das duas equipes supracitadas, apostava nos veteraníssimos e já
conhecidos da casa Jorge Goncalvez e Peter Dempsey. Jorge iria para seu terceiro ano seguido
correndo na Lights pela Belardi enquanto o veteraníssimo Peter Dempsey, com
seus 27 anos e sua falta crônica de dinheiro, iria para seu terceiro ano na
Lights pela sua quarta equipe.
Os veteranos dirigindo pela Belardi. |
Por fim a Team Moore, velha de guerra e empobrecida desde
que pôs seus pés na Lights, contrataria o veteraníssimo e de talento muito
duvidoso Juan Pablo García, que já tinha seus 26 anos e seu quarto ano seguido
no certame, sem nunca conquistar posição melhor que um sexto lugar.
Os carros que Juan Pablo García já correu em a.) 2009 b.)2010 c.)2011 d.)2012 e.)2013 |
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