Olá! Meu nome é Daniel Palermo, sou estudante de Publicidade e Propaganda, amante da Indy e sempre que precisarem de mim, estarei escrevendo no IndyCenter em troca de um prato de comida e um copo de suco!
Em alguns fóruns pela internet os fãs da Indy aqui
no Brasil estão reclamando do tratamento que o grupo Bandeirantes tem dado a
Fórmula Indy. Apesar de transmitir todo campeonato pelo seu canal de esportes
na TV fechada e pelo seu site, no canal aberto apenas algumas corridas são
mostradas ao vivo e as outras etapas acabam sendo resumidas em VT’s de menos de
cinco minutos, o que tem irritado profundamente os fãs da categoria. Não vim
aqui defender a Band, mas nesse texto quero apenas propor uma outra visão a
toda essa discussão.
Pra começar nossa discussão, temos que voltar lá no
início dos anos 1800, quando começou a revolução industrial. Antes dessa
revolução, a forma mais utilizada de produção de produtos em geral era o
artesanato. Geralmente, o mesmo artesão cuidava de todos os processos da
produção desde a coleta da matéria prima até a venda ao consumidor. Com isso,
quando você encomendava algo, poderia ter uma peça totalmente adequada ao seu
estilo e gosto, já que o artesão fazia uma peça por vez e com certeza queria
agradar a todos os clientes.
Quando os processos de produção foram mecanizados,
o tempo de produção e os custos diminuíram, então a capacidade de
produção aumentou. Com isso, perceberam que o lucro seria maior se fizessem
todas as peças iguais sem perder tempo com as adequações ao gosto cada pessoa,
então em vez de priorizar os gostos individuais, começaram a priorizar os
gostos coletivos. Perdeu-se então aquele negócio de ter peças adequadas ao seu
estilo e gosto. Nascia aí a produção em massa.
Dentre as diversas indústrias que apareceram desde a
revolução até os dias de hoje, surgiu uma que nos interessa em nossa discussão,
é a chamada indústria cultural ou comunicação de massa. Indústria cultural é a
comunicação feita por rádios, televisões e jornais, é chamada comunicação de
massa pois tem o poder de atingir milhões de pessoas em diferentes localidades.
Esses veículos de comunicação quando querem fazer um produto pensam em algo que
atinja a maior parte da população e muitas vezes acabam deixando de lado os
gostos de uma pequena parcela das pessoas por um simples motivo, o lucro.
Sim,
meus caros, se vocês acham que os veículos de comunicação estão interessados em
produzir conteúdos de alto teor de cultura e qualidade por estarem preocupados
com o telespectador, vocês estão totalmente enganados. Assim como qualquer
indústria privada, o objetivo deles é o lucro. Assim como a indústria
alimentícia não está preocupada em acabar com a fome no mundo e sim em faturar,
a Industria cultural não quer saber se um produto tem qualidade, quer saber se
vai dar lucro, e a maior parte do lucro das emissoras de televisão, por
exemplo, vem da publicidade, que por sua vez, anunciará seus produtos nos
programas de maior audiência. Logo as emissoras vão colocar no ar os programas
que dão mais audiência e faturamento independente se isso agrada ou desagrada
uma minoria.
Chegamos, então, ao ponto central de nossa discussão. Se
tratando em audiência, a Formula Indy tem bons números, mas não chega perto da
audiência do seu maior concorrente dentro da Band, que é o futebol. A não ser em provas esporádicas, como a São Paulo Indy 300 e as 500 milhas de Indianápolis, em que a
audiência média das corridas gira em torno dos dois a três pontos, bem abaixo
do futebol que sempre fica entre cinco e
sete pontos no domingo.
Sendo o futebol uma audiência maior que a Indy, a Band
ganha mais em publicidade mostrando o futebol ou outro programa qualquer que o
patrocinador pague mais. Ou seja, toda vez que houver um programa de maior
faturamento concorrendo com a Indy, nossa amada categoria será preterida.
Se coloque agora no lugar de um executivo de uma
emissora que tem uma conta pra fechar no final do mês e precisa arrecadar
dinheiro com publicidade. Você colocaria na grade um programa com boa audiência
e um bom faturamento ou um produto que agrade apenas uma pequena parte dos
telespectadores da emissora? Qualquer pessoa lúcida escolheria a primeira
opção! Infelizmente para nós, fãs da Indy, a categoria está em uma emissora que
tem produtos mais rentáveis em sua grade que coincide muitas vezes com os
horários das corridas. Repito: Não vim aqui defender a Bandeirantes, mas
criticar uma empresa por apenas buscar o melhor pra ela é no mínimo falta de
coerência.
Lembram da revolução industrial que passaram a
priorizar os gostos coletivos em detrimento dos gostos individuais? Então, nós somos
essa minoria que tem os gostos preteridos. Infelizmente para nós, os fãs da
Indy, não teremos tantas corridas em TV aberta e teremos que nos contentar com
as sobras da grade da Band.
Escrito por Daniel Palermo.
Infelizmente, essa é a verdade.
ResponderExcluirNa verdade tem o bandsports e todas as provas são disponibilizadas ao vivo na internet tanto pelo bandsports site quanto pela band site. fica a dica.
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