A Carlin quase entrou na Indy para a temporada desse ano, mas por causa dos aerokits, dos portugueses e até por causa de Donald Trump, não será dessa vez que veremos a equipe de trevor Carlin na Indy.


Não foi dessa vez que a lenda urbana intitulada "a Carlin entra na Indy" aconteceu. Entretanto, isso quase aconteceu para 2017. Vejamos o porque isso quase aconteceu mas não aconteceu na realidade.

Tudo começou com a KVSH Racing. Ela está em um processo longo e silencioso de falência desde meados do ano passado, principalmente porque Kevin Kalkhoven (o 'K' de KVSH) está perdendo rios de dinheiro com suas companias produtoras de fibra ótica e tecnologia, já teve que dispensar uma miríade de empregados e, para cortar custos, está praticamente se retirando da Indy. 

Como Jimmy Vasser (o 'V') é pobre o suficiente e James Sullivan (o 'S' de KVSH, ninguém sabe da onde vem o 'H') ainda não tem todo esse interesse na Indy para comprar a parte do Kalkhoven e fazer a KVSH virar apenas VSH ou SH Racing, a parte de Kalkhoven, que consiste na maioria da estrutura e bens físicos da KVSH, está parada em um galpão ou em Indianápolis ou na Flórida.

E é aí que entra a Carlin na história. Trevor Carlin tem algum dinheiro pra investir, principalmente depois que fechou sua equipe na GP2 esse ano e na GP3 desde o fim de 2015, e tinha uma equipe com uma parte a ser comprada... parecia perfeito.

Mas Carlin ainda estava com um pé atrás, pois, tanto sozinho quanto com oa ajuda de Vasser e Sullivan, o orçamento da equipe oriunda da associação não seria lá muito grande e, provavelmente, a equipe passaria pelos mesmos perrengues que passou no ano passado. Ainda mais se ele decidisse entrar sozinho, tendo que aprender muita coisa sobre motores e aerokits novos, sendo que esses aerokits mudariam no ano seguinte.


E é aí que entra Mikhail Aleshin. A vaga do russo está garantida ma non troppo na Schmidt-Peterson Motorsports, isso porque a principal apoiadora do piloto e do projeto #7 SPM é a SMP, compania russa que investe pesado nas carreiras dos pilotos russos. Ela investiu em Aleshin na Indy em 2014 mas teve de retirar esse apoio por sanções impostas a companias russas pelos americanos no caso da invasão da Crimeia. Essas sanções acabaram no fim de 2015, e Aleshin voltou a categoria.

Como a Schmidt-Peterson também vem vivendo momentos difíceis no quesito dinheiro, pois há boatos que a Arrow Eletronics (a maior patrocinadora do outro carro da equipe, o #5 de James Hinchcliffe) diminuiu sua parcela de patrocínio, a equipe de Sam Schmidt e Ric Peterson estaria cobrando mais da SMP. Uma outra alternativa para a companhia russa e para Mikhail Aleshin seria migrar para uma equipe que precisasse de menos dinheiro que a SPM, ou seja, a futura Carlin (CarlinVSH, K-Carlin, ou o que quer que virasse do espólio da KV mais a Carlin). Carlin disse para o Motorsport.com:
Kevin [Kalkhoven] se empenhou muito conosco para conseguirmos colocar um carro no grid da Indy em 2017, e a idéia de correr Aleshin foi realmente emocionante. Ele ganhou World Series by Renault com a gente em 2010, e ele realmente parece forte na IndyCar, e ele aprendeu os limites desses carros; Ele não é um novato selvagem.

Entretanto, essas pretensões meio que caíram por terra quando Donald Trump foi eleito e uma das suas plataformas de campanha é fortalecer os bancos americanos e, para isso, enfraquecer a influência de bancos estrangeiros nos EUA, incluindo o banco russo da SMP e Mikhail Aleshin. Assim, a possibilidade de associação com K-Carlin-VSH caiu para zero, e a posição de Aleshin na SPM está fortemente ameaçada. 

Ainda existia uma possibilidade da Carlin entrar, com o apoio de empresas portuguesas, que colocaria Antônio Félix da Costa na vaga que surgiria, mas, segundo Trevor Carlin, já era muito em cima da hora para se fazer qualquer arranjo para entrar na Indy em 2017.
Então esse era o negócio que realmente queríamos montar, e se Aleshin aparecesse com o dinheiro certo nas próximas semanas, consideraria seriamente. Mas o SMP não parece tão interessado nos Estados no momento, então o negócio não foi feito. Como eu disse, agora é tarde demais, e nós dissemos o tempo todo que não trabalhamos nos apressando para fazer tudo no último minuto. Isso não ajuda ninguém.
Então, nada de K-Carlin-VSH para 2017, mas para 2018...
Com um bom negócio - e Kevin ofereceu um negócio extremamente bom em seu equipamento - e o pilot certo, eu considerei que valia a pena fazer aquele negócio, mesmo defasado no novo aerokit em um ano"disse. "Mas, com o passar do tempo, percebi que, provavelmente é melhor chegar na catgegoria com o novo aerokit [universal] para 2018, ao mesmo tempo que todos os outros."
E a lenda urbana segue... E ainda não sabemos o que virará da KVSH Racing.



Um comentário:

  1. A verdade é que o ideal seria uma forma da KV atual conseguir uma maneira de sobreviver e a Carlim entrar como equipe também. Aí teríamos mais carros no grid e mais vagas para a entrada de novos pilotos na categoria. Pena que faltem grana para as duas...

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