Com uma rota pouco usual para ascender no automobilismo de monopostos americano, Ryan Norman surge na Indy Lights pela Andretti Autosports.
Norman (o de verde com rosa branca), na sua colação de grau do ensino médio, mês passado.
Nessa semana, mais exatamente tresantontem (5 de dezembro), a Andretti Autosport surpreendeu a meia dúzia de pessoas que acompanham o Road to Indy ao anunciar o seu terceiro piloto para 2017. Ryan Norman, americano de 18 anos, pilotará o #48 da equipe na temporada que vem.

Esse anúncio surpreendeu a todos por dois motivos. Primeiramente, o piloto que fez esse acerto: Ryan Norman.
Norman em suas origens.
O piloto nativo de Cleveland tem apenas 18 aninhos e começou no automobilismo pelas motos, pois americanos adoram colocar crianças para dirigirem motos e quebrarem alguns ossos. Mas não adiantou, e Norman quis pilotar veículos com quatro rodas, e entrou numa escola de pilotagem profissional, a Skip Barber Racing School, em 2013.

Norman espantando a todos ao liderar uma prova
da Formula Enterprises.
No ano seguinte, ele correu algumas provas do campeonato oficial da Skip Barber e fez um teste com um carro da Formula Enterprises, umas das 666 categorias da SCCA onde correm, aproximadamente, uma dúzia de pilotos em cada uma. Vendo que se adaptou bem ao carro e era barato correr nessa categoria, Norman comprou alguns chassis e foi com a cara e a coragem para a Formula Enterprises.

Correu lá em 2015 e fez um milagre: ganhou algumas provas. Essas vitórias são relevante pois, mesmo com apenas 14 carros, as provas são vencidas sempre pelo mesmo cara, Scott Rettich. A garagem de Rettich é a única que ainda manufatura e fornece carros hábeias a competir na Formula Enterprises e vence todas as provas da Formula Enterprises de 2013 até hoje (seu chassi, obviamente, é muito melhor que os que ele fornece a seus rivais), menos as três provas que Ryan Norman venceu em 2015. Norman foi vice-campeão, pois Rettich venceu todas as oito provas do ano e se tornou tri campeão da categoria. Esse resultado incrível de Ryan chamou a atença de Tonis Kasemets (sim, o único estoniano a dirigir monopostos nos EUA, na Champ Car) o ele levou Norman para a F-Atlantic.

Norman recebendo seu prêmio no
""""Jantar de Gala"""" da Atlantic.
A Formula Atlantic esse ano estava cheia de problemas, tendo até que transformar sua primeira etapa em corridas extra-campeonato, pois apenas dois carros apareceram para correr. No fim, entre 8 e 11 carros participaram as sete etapas (são rodadas duplas, ou seja, 14 provas no total) do campeonato. Norman simplesmente dominou a primeira metade do campeonato, ficando com certa facilidade a frente dos trintões Keith Grant e Chris Ash, e o cinquentão Richard Zober. Com a entrada do quarentão David Grant, Norman passou a ter maiores desafios, mas conseguiu se sagrar campeão uma etapa antes de terminar o campeonato.

Caso você não tenha reparado, aqui estão os pontos estranhos da categoria de Norman: ele não correu de Kart profissionalmente, ele nunca teve um patrocinador em qualquer, é o primeiro piloto a ir da Formula Atlantic à Indy Lights por méritos (Ethan Ringel também fez o mesmo caminho, mas ele comprou sua vaga na SPM) e também NUNCA CORREU DE KART PROFISSIONALMENTE. 

O segundo ponto que chamou atenção foi os detalhes do acerto entre Norman e Andretti.

O americano pilotará o #48 da equipe, e será patrocinado pela Flip Side Mazda. Ou seja, não é só Norman que estreará na Lights, mas também o carro escolhido e o patrocinador; o #48 é o número típico (da sorte) de Norman, que o acompanhou também na formula Enterprises e na Formula Atlantic, e a Flip Side acompanha seu treinador, Tonis Kasemets, desde 2013, e, muito provavelmente, banca toda a vaga para Norman..

Isso também confirmou que a Andretti virá com quatro carros. Com Jamin confirmado no #26 e Dalton Kellet ainda insistindo no #27, a entrada de Norman no #48 fez o #51, que correu nos últimos anos, ainda estar vago.

Ou seja, a Andretti arriscou duplamente, tanto na expansão da equipe para quatro carros como na contratação de Ryan Norman. Entretanto, o americano não parece ser um piloto ruim e pode surpreender a todos com suas caminhas nada tradicionais.


Fonte: RACER, Motorsport, Ind Lights, etc...




Os pilotos anunciados na Indy Lights:

Andretti Autosports:

Belardi Auto Racing:
Nicolas Dapero.

Team Pelfrey IL:
Juan Piedrahita.

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