A equipe canadense anuncia oficialmente o fim de suas atividades na Indy Lights, após sete anos de competições na categoria e seis vitórias.
Pena que a equipe não fez esse acordo dar certo e pelo menos andar com o Il-15... |
A equipe preta, amarela e branca de Mark Moore e Tom Wood tinha planos de correr em 2015, chegaram até a gastar seus últimos centavos comprando um Dallara Il-15, mas sem o apoio da Xtreme a equipe não conseguiu o aporte financeiro para correr as primeiras provas do ano, pela primeira vez em sua história.
A equipe tinha quase tudo pra andar esse ano. |
Um mês depois chegaram a anunciar uma parceria com o piloto mexicano Picho Toledano, que levava o patrocínio de um monte de empresas produtoras de tequila, mas esse acordo não vingou, pois a equipe já não tinha tanta estrutura, o mexicano viu que a equipe não era o que ele queria e caiu fora.
Com carro e mecânicos, mas sem mecânico e dinheiro, a equipe teve de fechar as portas e ainda deve um bom dinheiro para Juan Pablo García, por não completar a temporada de 2014 com o mexicano.
Mas a história da equipe é recheada de muito trabalho, pouco dinheiro e algumas conquistas;
A equipe começou em 2007, quando o endinheirado canadense Tom Wood se associou ao velho e conhecido mecânico Mark Moore, para ambos formarem um time da Indy Lights em 2007. Com o apoio da petrolífera do pai e o carro amarelo, preto e branco, Tom Wood fez sua estreia em Homstead-Miami terminando em último lugar dos que completaram a prova, a quatro voltas do líder.
Wood se machucou feio num teste privado e foi substituído no resto da temporada por Jonathan Klein (isso mesmo, o futuro herdeiro do império da Klein Tools) estava sem vaga depois de sair da Andretti. Ele correu 14 provas, conseguindo dois pódios, um deles na sua primeira corrida pela equipe em St. Petersburg.
Até o Hinch andou na equipe, e por meio dela subiu pra Indycar. |
Nos anos seguintes, tentou emplacar algo mais com o veterano Jeff Simmons e, a partir de Indianáplois, Pablo Donoso. Foi com o chileno Pablo Donoso que a equipe conseguiu sua primeira vitória em Sonoma, bloqueando Logan Gomez como se não houvesse amanhã. A equipe conseguiu mais três pódios aquele ano, mas ainda não tinha se firmado na categoria. Em 2009 Fez seu primeiro ano com um mesmo piloto quando Andrew Prendeville ficou todas as quinze provas no #2; onde terminou o campeonato no nono lugar (a frente de Charlie Kimball e Pippa Mann).
Mas o ponto mais alto da equipe foi realmente em 2010. Mark Moore conseguiu novos patrocínios e alinhou dois carros a temporada toda. Um para Adrián Campos Jr, filho do piloto de F1 e outro para James Hinchcliffe, vindo da Sam Schmidt Motorsports. O prefeito de Hinchtown (que foi desenvolvida durante sua passagem pela equipe na Lights, diga-se de passagem) conquistou mais três vitórias e oito pódios para a equipe, ficando com o vice-campeonato perdendo por pouco para o desaparecido Jean-Karl Vernay.
Moore e Wood estavam muito animados e apostaram suas fichas em dois carros novamente, mesmo não tendo orçamento fechado para ambos. Gustavo Yacamán assumiu o #2 e conquistou mais uma vitória (a última) para a equipe, mas o ano foi completamente dominado pela Andretti e pela Sam Schmidt, com Yacamán terminando em quarto no campeonato e em primeiro na sua categoria (ou seja, todos que não eram Sam Schmidt ou Andretti). Victor García fez sua aposentadoria dos monopostos guiando o #22 por seis provas e conseguindo nova vitória pra equipe.
Zack Meyer, o piloto de pijamas, foi o último a correr pela equipe |
Em 2012 a equipe já dava os primeiros sinais de empobrecimento, conseguiram manter Yacamán na equipe e venderam a segunda vaga no time para Ostella. Yacamán é bom piloto e conseguia resultados, mas seu carro era claramente inferior ao de Ostella, que brigou muito para se adaptar e só passou a ter bom desempenho na metade final do campeonato. No final, Yacamán termina o seu quarto ano na Indy Lights em terceiro, enquanto Ostella fechava seu segundo ano no oitavo lugar, de dez que fizeram todas as provas do campeonato.
Daí pra frente, sem o dinheiro de Ostella e tendo cada vez mais dificuldade financeira, a equipe vivia na penúria. Vendeu o #2 para Juan Pablo García fazer a quinta temporada dele na Lights, e alinhava o segundo carro quando podia. em 2014, confiou no piloto de pijamas, Zack Meyer, que simplesmente não ia para as corridas em ovais e nem avisava a equipe, gerando a cena bizarra de carro e mecânicos ficarem parados nos boxes, mas sem piloto para correr.
É uma pena que mais uma equipe da Indy Lights feche as portas. Infelizmente ela não conseguiu acompanhar o ritmo atual da categoria e ficou pra trás. Espero sinceramente que a equipe ache algo para continuar no automobilismo (quem sabe uma categoria menor), pois o trabalho que ela mostrou na Lights não é qualquer equipe que consegue desenvolver.
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