Filho do lendário piloto e dono de equipe Bobby Rahal vence após sete anos e sobe para o quarto lugar no campeonato, numa corrida sensacional, com festival de brigas lado a lado e ultrapassagens, como há muito tempo não víamos na IndyCar.

Graham Rahal vence após sete anos de jejum (Foto: Divulgação/IndyCar)

Ôô, o Pack Racing voltô! É isso mesmo meus amigos, o que vimos nessa tarde/noite deste sábado (27) em Fontana foi a volta do, PRA MIM, o melhor e mais emocionante formato de corridas da história da Fórmula Indy, o Pack Racing.

Mas o que é o Pack Racing? Muitos talvez não saibam, mas ele é um conjunto de medidas e ajustes aerodinâmicos que os mecânicos impõem aos carros, desta vez, em Fontana, a pedido da própria direção de prova (Bryan Barnhardt), afim de aumentar a pressão aerodinâmica no carro, principalmente por meio da asa traseira, gerando assim maior vácuo para o carro que vem atrás e assim poder fazer a ultrapassagem, ou simplesmente poder andar lado a lado por mais tempo, devido ao ‘pacote’ de carros juntos que é formado.

O ajuste recomendado para a MAVTV500 de 2015 foi de deixar a asa com ângulo entre -10,5° e 0°. No Texas, corrida bem diferente da de ontem, deixaram a asa entre -10.5° e -6°. Ou seja, quase que deixaram a asa com ângulo positivo, algo corriqueiramente usado nos áureos tempos da IRL, quantas saudades.

Voltando para o que me pediram pra escrever, a corrida nem tinha começado e Gabby Chaves teve problemas com o funcionamento do rádio. ‘Largou’ apenas na volta 14. Nas primeiras voltas, Tony Kanaan, Marco Andretti, Helio Castroneves e depois Juan Pablo Montoya, Scott Dixon, Ed Carpenter e Ryan Briscoe foram deixando Simon Pagenaud para trás. O pole ia caindo posição por posição, algo decepcionante pra quem apostou nele no bolão.

O tempo estava quente sim, mas não aquele calor Saárico que muitos esperavam. Tanto que o a primeira janela de pit-stops foi na volta 33, com Stefano Coletti e Carlos Muñoz. Os líderes pararam apenas na 34, com Kanaan e na 36, com Briscoe, Andretti e os demais.

E adivinhem o que aconteceu no pit-stop da Dale Coyne? Strike humano de novo! Dessa vez, Tristan Vautier entrou todo torto no seu box e acertou, com a asa, o joelho do mecânico que trocaria o pneu esquerdo dianteiro. O pobre coitado do mecânico foi levado para o pronto socorro da pista, mas passa bem, segundo a IndyCar.

A partir daí, quem cresceu na prova foi Takuma Sato. O japonês chegou a liderar algumas metades de voltas enquanto Castroneves, Andretti, Kanaan e os demais ponteiros não o passavam de novo. Pra vocês verem o tamanho do equilíbrio, Pippa Mann, penúltima colocada, estava a apenas 8s do líder.

E assim a corrida prosseguiu até que, na volta 136, a primeira bandeira amarela foi acionada após Hélio Castroneves tomar uma fechada inconsequente de Ryan Briscoe. Lembrando que o brasileiro da Penske já havia reclamado da pilotagem de Graham Rahal, com quem vinha trocando faíscas na liderança. Preciso nem dizer que o australiano foi punido com uma passagem pelos pits após a relargada.

Adivinhem se o Helio ficou bravo com o Briscoe?
Hélio tentou voltar depois, mas acabou abandonando a corrida e, com isso, praticamente deu adeus as suas chances de título em 2015.

Por falar em Rahal, o que o piloto americano deu de fechadas em outros pilotos na prova foi uma enormidade. Kanaan, Power, Hélio e Dixon foram as maiores vítimas. Enquanto isso, Ed Carpenter pegou turbulência do carro de Montoya e foi espalhando, espalhando, até coletar o seu companheiro/funcionário de equipe, Josef Newgarden, e tirar ambos da prova. Mais um prejuízo pro time do Ed, da Sarah e do Wink (Hartman).

E então surgiu uma estratégia diferente na prova. Power, Hunter-Reay, Jakes, Dixon, Kimball e Hawksworth foram pro pit-lane com apenas 25 voltas depois do último pit-stop.
A relargada aconteceu e Carlos Muñoz, então líder, segurou as investidas do seu companheiro de equipe, Marco Andretti. Enquanto isso, um pouco atrás, vinha o filho do Bobby Rahal com sangue nos olhos e assustando/fechando/bloqueando metade do grid. Kanaan e Power principalmente.

A terceira bandeira amarela do dia veio por conta de detritos na pista. Duas voltas antes, Graham Rahal levou embora o bico da mangueira de combustível que o mecânico responsável pelo abastecimento, burramente, havia tirado e colocado novamente (???) no carro.O piloto havia sido autorizado a sair e levou embora a peça, e bastante combustível junto também. Provavelmente a direção da IndyCar punirá a equipe pelo incidente.

Isso não prejudicou o carro de Rahal, que continuou muito agressivo e bloqueando Deus e o mundo na pista, chegando a liderar por algumas voltas. Enquanto isso, Sato acertou um pedaço deixado pelo carro de Karam na pista e comprometeu completamente sua prova. A equipe de AJ Foyt não conseguiu evitar que o japonês perdesse uma volta.

Restando 50 voltas para o fim, 16 carros continuavam na volta do líder e praticamente num bloco só, eu não via isso nem em corridas da IRL, praticamente. Do líder Power para Bourdais, 15º colocado, eram apenas 4s.

No momento em que Andretti passava Power e estabelecia a 74ª troca de liderança, recorde histórico da categoria, Dixon acertava Muñoz e causava nova paralisação. Como resultado, trabalho extra para a Andretti no carro do colombiano e todo mundo novamente nos boxes. Power aproveitava, assim, para recuperar a dianteira.

Sato conseguiu corrigir, mas acabou acertando Dixon e Power (pra variar)


A relargada aconteceu com 23 voltas para o final. Power manteve a dianteira com ataques de Pagenaud, Andretti e Montoya por baixo e Rahal, Kanaan e Hunter-Reay por cima. Briscoe, Montoya, Rahal e Kanaan começavam a se destacar no pelotão, mas, com 14 voltas ainda a serem realizadas, tudo estava aberto. Faltando nove voltas pro fim, Sato vinha desequilibrado, tocou com Dixon e acertou Power. Pior para o japonês e o australiano que foram diretamente para o muro.

Querendo evitar o final da prova em bandeira amarela, a direção deu bandeira vermelha com cinco voltas para o fim. Rahal era o líder, seguido por Briscoe e Kanaan que passaram pela linha de chegada lado a lado, saudades IRL (de novo).

Os pilotos voltavam para a pista novamente sob bandeira amarela quando Andretti, Muñoz, Pagenaud, Hunter-Reay e Hawksworth resolveram tentar o pulo do gato com outra parada.

A relargada veio e agora era Rahal que sofria ataques de Kanaan. Montoya também tentou por dentro. Foi aí que surgiu Andretti, com pneus novos, pronto para tomar a dianteira. Rahal, entretanto, fechou (de novo) o americano da Andretti e ainda tirou Kanaan do caminho.

Teve voos da morte sim!

Buscando espaço no top-5, Briscoe e Hunter-Reay protagonizaram o acidente que deu fim à emocionante prova. Hunter-Reay foi espremido por Montoya e acertou Briscoe, fazendo o australiano decolar, numa edição hard-core do ‘Voos da Morte’, sobre a grama. Lembrando que a grama em Fontana tem poderes mortais. Por sorte, o piloto da SPM não desceu com a cabeça diretamente no chão.

O acidente deu a vitória a Rahal, que estava alguns metros na frente de Kanaan. Sobrando com os novos pneus, Andretti ainda teve forças para buscar o terceiro lugar. Cada vez mais líder do campeonato, Montoya cruzou em quarto, enquanto Karam fez sua melhor prova na categoria e foi quinto.


Confira abaixo o resultado final da melhor prova da Indy que já vi: 


Um comentário:

  1. Galera do Indy Center Brasil sou fã da indy, sou fã de automobilismo em si e lanço uma discussão para vocês, por que não se tem um campeonato de monopostos no Brasil???? Estilo Indycar nos EUA ou Formula Nippon Japão??? Pensem comigo seria show ver a galera brasileira numa indy brasileira.... Pensem ai no assunto...

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